top of page
  • Foto do escritorElisa Gabriela

Plantas Carnívoras

As plantas carnívoras são espécies de vegetais que capturam, matam e digerem insetos ou outros pequenos animais, devido à presença de enzimas digestivas que extraem compostos nitrogenados e assim como fonte de nutrientes, dependem do nitrogênio presente nas proteínas dos animais.

Estas espécies de plantas vivem em solos pobres e encharcados (como brejos), com pouca quantidade de nitratos que são fundamentais para síntese de clorofila. A falta de nutrientes, principalmente do nitrogênio é um fator crítico que limita o crescimento das plantas e as carnívoras se adaptaram e desenvolveram métodos para digerir animais e utilizarem suas proteínas ricas em nitrogênio. Acredita-se que as primeiras plantas carnívoras surgiram há cerda de 65 milhões de anos, na época dos dinossauros.

Existe mais de 500 espécies de plantas carnívoras distribuídas no mundo todo com exceção da Antártida. São encontradas em diversas regiões desde áreas quentes e florestas tropicais úmidas, e até mesmo nas tundras gélidas da Sibéria. No Brasil há mais de 80 espécies diferentes, sendo considerado o segundo país do mundo a possuir mais espécies destes vegetais, perdendo somente para a Austrália.


DROSERA CAPENSIS

É mais conhecida como Cape Sundew. É uma planta pequena em forma de roseta, nativa do Cabo da Boa Esperança, lá no sul de África. É uma planta carnívora que passa facilmente despercebida como tal. Devido ao seu tamanho e à enorme quantidade de sementes que produz, é das Droseras mais fáceis de cultivar, mas também é considerada uma praga e uma erva daninha, pelo mesmo motivo.

As suas folhas medem por volta de 3,5 cm de comprimento e têm de largura 0,5 cm. Estas possuem tentáculos finos que segregam uma substância pegajosa, denominada de mucilagem, que ajuda a aprisionar artrópodes. Os insetos são atraídos para as folhas e quando entram em contacto com estas gotas proteicas, não conseguem fugir. Depois, a folha começa a enrolar, colocando ainda mais glândulas gástricas em contacto com a presa. Este movimento é relativamente rápido durando cerca de 30 min. A Drosera Capensis apresenta várias sub-espécies que apresentam diferentes colorações das suas pétalas ou dos seus tentáculos. Também podem apresentar diferente formas de folhas.


DIONAEA MUSCIPULA

A dionéia é uma planta herbácea carnívora nativa dos pântanos do sudeste dos Estados Unidos, nos estados da Carolina do Norte e do Sul. Ela é uma das pouquíssimas espécies de plantas capazes de realizar movimentos, juntamente com a drosera e a dormideira. É uma planta bem pequena, com no máximo 10 cm de altura e cerca de 4 a 8 folhas dispostas em roseta. Suas folhas são muito particulares, compostas de pecíolo e uma armadilha, divida em dois lóbulos, como uma mandíbula com 15 a 20 longos “dentes” nas bordas. O pecíolo é achatado, verde e além de sustentar a mandíbula tem função fotossíntética.

A superfície interna da armadilha, apresenta coloração vermelha e secreta néctar para atrair os insetos, nela também há importantes pêlos sensitivos. Estes pêlos tem a função de detectar a presença do inseto para que em uma fração de segundos a armadilha se feche e o inseto prisioneiro possa ser digerido lentamente. Pelo menos dois pêlos sensitivos devem ser acionados sucessivamente em um curto espaço de tempo para que a armadilha funcione. Este mecanismo evita que uma simples gota de chuva faça a armadilha se fechar em vão.


SARRACENIA

As plantas deste gênero são relativamente comuns em cultivo. Originárias da América do Norte, algumas espécies estão hoje ameaçadas de extinção.

São encontradas em pântanos, sobre água corrente, expostas à luz solar o dia todo, já que tais locais não apresentam vegetação densa e alta.

A planta em si consiste de um rizoma (um caule que cresce na horizontal, subterrâneo ou semi-subterrâneo) e raízes; do rizoma crescem as folhas, as quais são as próprias armadilhas (têm aparência de "jarros"), chamadas de ascídios; elas chegam até uma altura de 1m. As flores são produzidas individualmente no topo de hastes florais (estas tão ou mais altas que as folhas), são notáveis pela sua estrutura: o pistilo tem a forma de um guarda-chuva (aberto e de cabeça para baixo) e os estames ficam protegidos no interior deste como se fossem pêndulos de um sino.

Cada "jarro" contém uma espécie de "tampa" (opérculo), imóvel, que protege o líquido digestivo interno de ser levado para fora pela chuva.

As presas são atraídas pelo odor exalado por glândulas de néctar presentes nos "jarros", tendem a entrar (pois para dentro há maior concentração destas glândulas), e acabam caindo, já que as paredes internas dos "jarros" são repletas de pêlos, que dificultam o apoio.

A escalada para cima torna-se impossível devido à estes pêlos (são todos apontados para baixo). O vôo é impraticável devido ao apertado tamanho disponível; em alguns casos, entretanto, é possível, mas certas espécies possuem fenestragens na "tampa" (áreas sem pigmentação, brancas, mas que vistas de baixo para cima, em direção ao sol, isto é, a vista da presa, parecem janelas) que enganam as presas, elas batem na "tampa" e caem de volta para dentro.

As presas são então afogadas no líquido digestivo presente na parte inferior dos "jarros".


NEPHENTES

A Planta Carnívora Nepenthes possui armadilha muito grande sendo uma das maiores entre as espécies podendo chegar a meio metro de altura e consegue armazenar mais ou menos cinco litros de água e por causa do tamanho da armadilha geralmente suas presas são grandes. Acredita-se que suas presas são pegas de surpresa, pois chegam até elas atraídos pelos insetos que ficam grudados na armadilha e com isso são capturados.

Pertence a família das angiospérmicas que são as plantas que possuem flor e a ordem das Caryophyllales possuindo um grupo monotípico que possuem somente um gênero. Essa espécie é encontrada no Sri Lanka, sul da China, Madagascar, Austrália, Indonésia e Filipinas, Índia, Malásia, Ilhas Seychelles e Nova Caledônia. Suas folhas parecem jarros que são continuações das folhas, mas modificadas e bem em cima desse jarro fica uma parte que parece uma tampa que na maioria das vezes é colorida e essa tampa serve de proteção para a armadilha, pois ela não pode ficar encharcada. A presa é atraída pelo cheiro e cor da flor e quando caem dentro do jarro ficam presos na água que lá dentro se encontra.


DARLINGTONIA

A planta carnívora Darlingtonia é também conhecida como planta cobra e é a única pertencente a família Sarraceniaceae com o género Darlingtonia. Tem origem na Califórnia ao norte e também em Oregon, cresce em onde escorre água fria e em pântanos. É bastante parecida com uma cobra e por isso é chamada de planta cobra e ela foi descoberta no ano de 1841.

É uma planta bem difícil para ser cultivada, entre as outras espécies de plantas carnívoras é a que mais precisa de cuidados. A primeira coisa a fazer é manter a raiz fria, pois elas são do pântano e por esse motivo preferem a água mais fria.


PINGUICULA OU BUTTERWORTS

Pinguicula significa “pouco gorduroso” em latim e é uma referência à sua sensação distintamente amanteigada ou oleosa. Butterworts são encontrados em todo o hemisfério norte da Sibéria para a América do Norte e também crescem para o sul na América Central e do Sul. O México abriga a mais ampla variedade, onde dezenas de novas espécies foram descobertas nos últimos vinte anos.

Butterworts são pequenas plantas herbáceas que produzem rosetas de folhas normalmente planas, muitas vezes com margens viradas para cima. A superfície da folha é coberta de pelos minúsculos e pegajosos que capturam presas pequenas como mosquitos, moscas-das-frutas e colêmbolos. As glândulas segregam um líquido de enzimas e ácidos que rapidamente superam e dissolvem a presa. Esta sopa rica em minerais é então absorvida pela planta. Butterworts de climas frios do inverno hibernam como pequenos brotos. Espécies do México se transformam em plantas suculentas não-carnívoras durante a estação seca subtropical de inverno.

Butterworts são mais famosos por suas flores bonitas, muitas vezes de longa duração, que são polinizadas por beija-flor na natureza.


UTRICULARIA

Centenas de espécies espalhadas pelo mundo inteiro fazem parte desse gênero. Normalmente, são classificadas como pertencentes à um dos seguintes grupos:

  1. terrestres

  2. epífitas (crescem geralmente sobre galhos de árvores ou arbustos, e, algumas, dentro de bromélias),

  3. aquáticas afixadas (aquáticas, mas presas ao solo abaixo da água),

  4. aquáticas flutuantes (não presas à nenhum tipo de solo) e

  5. reofíticas (crescem sobre pedras de riachos, debaixo da água corrente).

Se bem que nem sempre se é possível classificar todas as espécies com exatidão, pois muitas são encontradas crescendo em condições de terrestres (sobre solo úmido) e também de aquáticas (mergulhadas, sob o nível da água).

Diferentemente da maioria dos gêneros de plantas carnívoras, as espécies deste (e também do gênero Genlisea) têm suas armadilhas escondidas, subterrâneas (no caso de terrestres). Talvez este seja um motivo do interesse por essas específicas plantas não ser tão grande quando comparado, por exemplo, à plantas dos gêneros Drosera e Nepenthes, que têm belas e bem aparentes armadilhas).

A beleza dessas plantas está nas flores, quase sempre minúsculas, produzidas sobre altas (em comparação com as folhas) hastes florais (mais de uma flor por haste).

Diferentemente das flores mais comuns, as deste gênero são zigomorfas. O cálice é formado por apenas duas sépalas; a corola é formada por dois labelos (pétalas fundidas) e a espora (um prolongamento do labelo inferior, em forma de chifre). A espora tem a função de armazenar o néctar para atrair agentes polinizadores (insetos). Eles precisam separar os dois labelos (normalmente usando o peso do corpo sobre o labelo inferior, baixando-o) para enfiar a cabeça ou língua dentro e então chupar o néctar.




Créditos: FCiências, Jardineiro, Ladin USP, Meio Ambiente Cultura Mix, California Carnivores

28 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page