Existem lugares bonito, feios, simples ou exóticos para quem deseja conhecer o mundo. Entretanto alguns devem ser evitados a qualquer custo, pois entram na lista dos locais mais perigosos do mundo. A não ser que você queira ser envenenado com radiação, ser devorado por cobras ou cair em água fervente...
O JARDIM VENENOSO DA INGLATERRA
Muito diferente dos jardins públicos comuns existentes em todo o mundo, existe um jardim tão curioso quanto ... perigoso! Trata-se do Poison Garden (numa tradução livre, Jardim Venenoso), instalado dentro do Parque Alnwick, no Norte da Inglaterra, a cerca de 500 Km de Londres. Inaugurado em fevereiro de 2005, ele foi concebido por Helen Percy, duquesa de Northumberland, que recebeu uma licença especial do governo britânico para cultivar e expor muitas espécies de plantas bem perigosas e até proibidas.
Por trás dos portões fechados do Poison Garden, as visitas são monitoradas e os guias responsáveis compartilham contos de plantas mortais. Mitos e lendas são descobertos, juntamente com fatos da ciência e da história.
Muitas das plantas são bem conhecidas por suas propriedades medicinais, mas existe um detalhe que diferencia tudo, como bem explica a duquesa idealizadora do jardim:
"Eu sempre me perguntava por que tantos jardins ao redor do mundo dedicam-se apenas em focar o poder de cura das plantas ao invés de sua capacidade de matar ... eu sentia que a maioria das crianças estaria mais interessada em saber como uma planta pode matar, quanto tempo você levaria para morrer se a comeu e o quanto horrível e dolorosa a morte poderia ser”.
O Poison Garden é todo cercado por muros e grades e, logo na entrada, um quadro adverte os visitantes: “Essas plantas podem matar”. Mesmo as pessoas que trabalham no local tratam as plantas com o maior cuidado, usando luvas ao manuseá-las. Ali vivem mais de 100 espécies venenosas, alucinógenas e medicinais de várias partes do mundo, como a papoula, a beladona e até a famosa Cannabis sativa (a planta da maconha) cujos exemplares ficam expostos fechados em grandes gaiolas. Algumas das plantas são muito belas, apesar de mortais, e outras parecem ser tão inofensivas que é difícil imaginar que apresentem substâncias perigosas, até mesmo fatais.
O Poison Garden abriga ainda plantas que se tornaram famosas por servirem como referência nos livros e filmes da saga Harry Potter, como Wolfsbane (foto ao lado), Mandrake e Atropa. No caso, o Wolfsbane, que aparece no filme Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, foi inspirado no Aconitum lycoctonum, da família Ranunculaceae. A planta possui um alcalóide de nome “aconitina” - um dos mais venenosos que se conhece, cujas propriedades farmacológicas e medicinais são conhecidas desde 1833. A ingestão de uma pequena quantidade pode causar perturbações gastrointestinais graves, mas seu efeito mais perigoso ocorre no coração, onde causa diminuição da frequência cardíaca, podendo muitas vezes ser fatal. O veneno pode ser absorvido pela pele ou feridas abertas e há relatos de pessoas que sentiram mal-estar apenas por cheirar as flores do Aconitum.
VULCÕES DE LAMA NO AZERBAIJÃO
O vulcão de lama é uma estrutura cônica de lama argilosa depositada junto a um orifício de escape de metano, gases não combustíveis, vapor de água e lama com água salgada, geralmente em região sísmica. Eventualmente os vulcões de lama podem emitir nitrogênio e hélio. As rochas e magma em profundidade sofrem alterações hidrotermais por soluções geralmente muito ácidas em estado supercrítico destas regiões vulcânicas, produzindo-se minerais argilosos incorporados à água fortemente aquecida como uma lama que é forçada a sair por condutos devido às fortes pressões de gases, principalmente o metano. Dependendo da pressão, a lama pode simplesmente escoar ou ser ejetada junto com água fervente ou mesmo fria, depositando-se em torno da abertura. A água desses vulcões é rica em sais de cloro, bromo e iodo, podendo também trazer hidrocarbonetos na forma de betumes ou asfalto.
O termo vulcão de lama ou domo de lama é usado para se referir às estruturas vulcânicas criadas pela ejeção de gases, líquidos e lama, geralmente em áreas mais frias; portanto, não são magmáticos. Os vulcões de lama possuem tamanhos que vão de alguns centímetros de altura até 700 metros e diâmetros de até 10 km.
Cerca de 86% dos gases emitidos é metano, e em menor quantidade o gás carbônico, nitrogênio e hélio. Outros fluidos são água salgada, por vezes bromo-iódica, lama e hidrocarbonetos (petróleo).
Os vulcões de lama podem estar ligados, em grandes profundidades, com sistemas hidrotermais nos quais a água ocorre em estado supercrítico. Nessa condição as moléculas de água perdem o caráter polar e podem carrear sais. Hidrocarbonetos gasosos como metano, hélio e também hidrocarbonetos líquidos como petróleo podem migrar para as regiões com vulcões de lama.
LAGO KIVU
Um dos maiores lagos da África, o Kivu fica entre o Congo e Ruanda. Entretanto ele não é famoso por suas belezas naturais, mais sim por ser praticamente uma bomba-relógio: é um dos maiores reservatórios de gás metano e dióxido de carbono do planeta. E se essas substancias deixarem a água do lago e forem para a atmosfera, podem causar a morte de 2 milhões de pessoas que vivem na região. Como o lago está numa região sujeita a terremotos, o risco disso acontecer é bem alto.
ILHAS IZU
Existe um arquipélago chamado de “Ilhas Izu”, na Península de Honshu, ao sul de Tóquio, no Japão. Resulta que estas ilhas são sumamente vulcânicas porque estão próximas de uma confluência de placas tectônicas; de fato, a corrente das ilhas está bem no ponto onde confluem nada menos que três placas tectônicas, criando uma enorme zona de instabilidade vulcânica. Dão forma a duas cidades e a seis vilas. A maior é Izu Shima , chamado geralmente simplesmente de Shima. Por causa de sua natureza vulcânica, o local sofre constantemente com o fedor do enxofre (extremamente similar ao cheiro de milhares de puns). Os residentes foram evacuados em 1953 e em 2000 devido à atividade vulcânica e aos níveis perigosamente elevados do gás. A população retornou em 2005 mas agora são obrigados a carregar máscaras com eles em todas as vezes, caso os níveis do gás subam repentinamente. As ilhas Izu são um grupo formado por mais de vinte ilhas e ilhotas vulcânicas, sendo que nove delas são habitadas. Elas são bonitas e possuem praias paradisíacas.
As ilhas e os seus habitantes sofreram ao longo de sua história com várias das mais terríveis forças da natureza, entre elas terremotos, tsunamis, tufões e erupções vulcânicas. Apesar de todos esses golpes o povo insistiu em continuar morando nas ilhas Izu, isso até 1953 quando a atividade vulcânica do monte Miyake-jima destruiu a embarcação de pesquisa Kaiyo Maru n º 5, matando 31 pessoas. O vulcão passou a regularmente expelir gases venenosos que forçaram os habitantes a iniciar uma evacuação em massa para salvar suas vidas, a cena de milhares de pessoas fugindo com máscaras de gás foi sem dúvida uma das mais estranhas que alguém poderia presenciar.
No ano 2000 muitas pessoas já haviam retornado as ilhas, mas foram obrigadas a abandonar suas casas novamente quando o vulcão voltou a liberar gases nocivos. Em 2005 o governo autorizou o povo a retornar, mas todos receberam ordens de carregar as máscaras consigo 24 horas por dia como uma medida de segurança. Hoje as ilhas atraem turistas interessados nas magníficas paisagens naturais e também em conhecer a história e ver de perto o vulcão que pode matá-los a qualquer momento.
LAGO FERVENTE
No Parque Nacional de Morne Trois Pitons, localizada numa ilha em Dominica, no Caribe, existe uma área de atividade vulcânica significativa. Localizado dentro dos limites da ilha de 7.000 hectares estão cinco vulcões, dezenas de nascentes e fumaças quentes de um lago grande e famoso.
O Lago Fervente de Dominica é uma fumarola inundada, basicamente é uma abertura ou um buraco na crosta da Terra. Ela está cheia de água borbulhante com temperaturas de cerca de 90 °C. A água é aquecida por vapor quente e gases que escapam de lavas derretidas. A superfície do lago é geralmente envolta em uma nuvem de vapor. O lago tem cerca de 76 metros de diâmetro, tornando-se o segundo maior lago quente no mundo após a Frying Pan Lake, na Nova Zelândia.
O lago foi avistado pela primeira vez em 1875 por dois cavalheiros ingleses que estavam trabalhando em Dominica naquele tempo. Mais tarde nesse ano, um botânico do governo e um dos descobridores originais foram encarregados de investigar este fenômeno natural. Eles mediram a temperatura da água e descobriram que lago tinha entre 82-92 ° C ao longo das margens, mas não foi possível medir a temperatura no centro do lago. Eles estimaram que o lago pode ter cerca de 60 metros de profundidade ou mais. O lago é alimentado por chuvas e duas pequenas correntes que chegam até a ilha. A água, em seguida, escoa para baixo da lava e é aquecida até ao ponto de ebulição. O nível da água do lago sempre é a mesma e a atividade vulcânica diminui ao longo do tempo. O lago quase desapareceu depois de uma erupção freática que ocorreu em 1880, e formou uma fonte de água quente e vapor em seu lugar. O lago teve outra erupção dramática em 2004-2005, quando o nível da água foi reduzido em 10 metros, mas depois se recuperou em um único dia.
CRATERA DE DARVAZ
A Cratera de Darvaz, também chamada de Porta para o Inferno é um campo de gáz natural localizado em Darvaz (ou Derweze) (também escrito Darvaza, que significa "porta"), na província de Ahal, no Turcomenistão. A cratera é conhecida pela sua chama que vem queimando continuamente desde 1971, alimentada pelos ricos depósitos de gás natural na área. Ela exala um forte cheiro de enxofre que pode ser sentido à distância.
O local foi identificado em 1971 por engenheiros da então União Soviética pensando que este poderia ser um campo de petróleo. A partir dessa premissa, eles montaram um acampamento com uma plataforma de perfuração para avaliar a quantidade de gás e petróleo disponíveis no local. Como os soviéticos estavam satisfeitos com o sucesso em encontrar esses recursos, eles começaram a armazenar o gás. Porém, durante as escavações foi descoberta uma caverna subterrânea de grande profundidade, repleta de gás tóxico. Num certo momento dos trabalhos, o chão sob a plataforma de perfuração cedeu abrindo uma grande cratera que engoliu os equipamentos. Nenhuma vida foi perdida no incidente, mas grandes quantidades de gás metano foram lançadas na atmosfera criando enormes problemas ambientais e imenso dano ao povo das aldeias, resultando em algumas mortes.
Temendo a liberação de mais gases nocivos da cratera, os cientistas decidiram queimá-los. Eles consideraram que seria mais seguro queimá-lo do que extraí-lo do subsolo, pois isso exigiria processos caros. Em termos ambientais, a queima do gás é a solução mais coerente quando as circunstâncias são tais que ele não pode ser extraído para uso. O gás metano lançado na atmosfera também é um perigoso gás de efeito estufa. Naquele tempo, as expectativas eram de que o gás iria queimar por alguns dias, mas ainda está queimando décadas depois de ter sido incendiado. Não há nenhuma previsão de quando as labaredas vão finalmente cessar, já que a quantidade de gás que ainda existe nas profundezas da cratera é incerta.
CAVERNA DOS CRISTAIS
Caverna dos Cristais é uma caverna situada na mina de Naica no estado Mexicano de Chihuahua. Esta caverna, com dimensões aproximadas de 10 por 30 metros, contém no seu interior cristais gigantes de selenite, alguns dos maiores cristais naturais já encontrados no mundo. O maior cristal tem 11 metros de comprimento (algumas fontes alegam ter 12 metros), 4 metros de diâmetro e pesa cerca de 55 toneladas. O ambiente no interior da caverna é extremamente agressivo, com a temperatura a atingir máximos de 58 °C e 90 a 100 % de umidade. Em 1910 os trabalhadores descobriram uma câmara abaixo dos trabalhos da mina de Naica, a gruta/caverna das Espadas (es. cueva de las Espadas). Encontra-se a 120 m de profundidade acima da Caverna dos Cristais e contem espetaculares, embora pequenos em dimensão (1 m comprimento), cristais em forma de espada. Crê-se que nesta zona as temperaturas de transição tenham diminuído mais rápido, o que interrompeu o crescimento dos cristais. A câmara com os cristais gigantes foi descoberta em 2000, por trabalhadores que escavam um túnel de ligação. A Caverna dos Cristais tem a forma de U e encontra-se em solo calcário. O seu chão está coberto de incríveis cristais tendo o maior aproximadamente 11 m de comprimento e 4 m diâmetro. As grutas encontram-se acessíveis hoje pois os trabalhadores da mina extraem a água com bombas de água. Se a extração fosse interrompida, as câmaras encheriam-se novamente de água.
Duas outras câmaras foram descobertas em 2000, a caverna de Queen’s Eye e a caverna das Velas (Candles's cave) e, em 2009 numa outra escavação, foi descoberta outra câmera, a maior profundidade, a que chamaram Palácio do Gelo/Palácio Gelado (Ice Palace) que fica a 150 m de profundidade e não se encontrava submersa o que não permitiu aos cristais desenvolverem-se. A exploração destas grutas é bastante difícil, por não ser segura uma vez que esta coberta de cristais afiados, mas também devido às condições. A sua temperatura e umidade não permite ao ser humano uma exposição superior a 10 minutos. Como tal cientistas criaram fatos adequados às circunstâncias, com circuitos de arrefecimento ligados a uma mochila de aprox. 20 kg cheia de água gelada e gelo, o que lhes permitiu períodos de aproximadamente 30 minutos de exploração.
ILHA DA QUEIMADA GRANDE
Na costa do Brasil, há quase 93 milhas do centro de São Paulo, está a Ilha da Queimada Grande, também conhecida como Ilha das Cobras. Essa ilha já recebeu o título de lugar mais perigoso do mundo, e existe uma boa razão para isso.
Pesquisadores estimam que existam entre uma a cinco cobras por metro quadrado nessa ilha! Além da grande quantidade de serpentes, a espécie em maior número na ilha é a Jararaca-Ilhoa, sendo que seu gênero é o responsável por 90% dos ataques de cobra no Brasil. Estima-se que existam cerca de 4.000 Jararacas-Ilhoa na Ilha.
Apesar das histórias de que as cobras foram colocadas na ilha por piratas que buscavam proteger seu ouro, a realidade é outra. Essa densa população de cobras evoluiu ao longo de milhares de anos, sem intervenção humana.
Cerca de 11.000 anos atrás, os níveis do mar aumentaram, isolando a Ilha da Queimada Grande e fazendo com que as espécies de cobras que viviam na ilha evoluíssem de modo diferente que outras serpentes que ficaram no continente.
Como as cobras que acabaram presas na Ilha da Queimada Grande não tinham predadores no nível do solo, elas se reproduziram rapidamente. O único problema é que elas também não tinham presas, então elas tiveram que se adaptar, subindo para cima das árvores.
Elas passaram a atacar aves migratórias que visitam a ilha sazonalmente. As cobras perseguiam suas presas, mordiam e aguardavam que o veneno fizesse efeito, para poder ir atrás da presa novamente.
Porém, como elas não conseguiam rastrear as aves depois de mortas, seu veneno evoluiu de modo que ele ficasse muito mais potente, cerca de três a cinco vezes mais forte do que de qualquer serpente do continente. Esse veneno é capaz de matar a maioria das presas quase que instantaneamente, e pode até mesmo derreter carne humana.
Além do enorme número de cobras, nessa ilha não existe fonte de água potável, a temperatura é muito alta, e o desembarque é muito complicado, pois sua costa é repleta de penhascos e rochedos.
Não é de se espantar que em 2010, o site Listverse elegeu essa ilha como o lugar mais perigoso do mundo para se visitar.
A chegada à ilha é tão perigosa que, anos atrás, quando os pescadores locais precisavam desembarcar nela, eles só conseguiam após atear fogo nas encostas, espantando as inúmeras serpentes. Por isso a ilha recebeu esse nome, Queimada Grande.
LAGO KARACHAY
Se você algum dia for à Rússia, de preferência não chegue perto do Lago Karachay, que, embora seja muito bonito, emite 200 vezes mais radiação do que seria considerado normal, mais do que suficiente para matar alguém em menos de uma hora de exposição.
Tudo começou em meados da década de 1940, quando o governo da extinta União Soviética construiu uma “cidade secreta” (Chelyabinsk-40) em uma área escondida pelos montes Urais, que serviria de base para a produção de armas nucleares. Em 1948, o primeiro reator do local já estava funcionando, transformando urânio em plutônio – carga que era enviada para fábricas de bombas.
Curiosamente, o projeto inicial não especificava o destino dos resíduos, e, numa espécie de improviso inconsequente, os responsáveis pela planta nuclear começaram a despejar o material no rio mais próximo, o Techa, que abastecia 39 cidades e vilarejos.
Apenas três anos mais tarde, foram enviados técnicos para investigar se o despejo de resíduos não estava saindo do controle. Eles descobriram que, enquanto outras áreas dificilmente emitiam mais do que 0,21 Röntgens (uma unidade de medida para radiação) em um ano, o rio Techa emitia 5 Röntgens em uma hora. Para tentar conter o estrago, o governo construiu barragens no rio e realocou os moradores das cidades e vilarejos afetados.
Como isso não eliminou o problema da destinação do lixo radioativo, decidiram despejá-lo em um lugar do qual, supostamente, ele não sairia – o lago Karachay, que era alimentado por um único rio.
Durante 30 ou 40 anos (as datas divergem, pois o governo soviético só confirmou a existência do projeto em 1990), o lago serviu de depósito radioativo. Contudo, ele não era tão seguro quanto se imaginava: parte da sua água “vazava” para o pântano Asanov, nos arredores, contaminando a área. Além disso, em 1967 uma grande seca fez com que uma parte considerável da água do Karachay evaporasse, o que expôs resíduos radioativos ao vento – partículas foram carregadas por uma área de 2,4 mil km², onde viviam cerca de 500 mil pessoas.
Atualmente, as margens do lago emitem 600 Röntgens por hora, e, se uma única barragem do rio Techa se romper, os resíduos podem alcançar correntes marítimas no Ártico, que as espalhariam pelo Atlântico.
Fonte: Livro Você Sabia, Jardim de Flores, O Arquivo, Mistérios do Mundo, Wikipédia, Hipercultura, Hyperscience
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