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Foto do escritorElisa Gabriela

Doenças infecciosas

Atualizado: 17 de set. de 2018

As doenças transmissíveis eram a principal causa de morte nas capitais brasileiras na década de 1930. As melhorias sanitárias, o desenvolvimentos de nova tecnologia, como vacina e os antibióticos, ampliação do acesso aos serviços de saúde e as medidas de controle fizeram com que esse quadro se modificasse bastante até os dias de hoje.

Apesar da redução significativa da participação desse grupo de doenças no perfil da mortalidade do nosso país, ainda há um impacto importante sobre a morbidade, principalmente por aquelas doenças para quais não se dispõe de mecanismos eficazes de prevenção e/ou que apresentam uma estreita associação com causas ambientais, sociais e econômicas.


PRECAUÇÕES PADRÕES

De acordo com a Association for Practioners in Infection Control (Apic), sempre se deve tomar as seguintes precauções:


  1. Evitar o contato direto com sangue e fluidos orgânicos, lavando as mãos com frequência e utilizando luvas de proteção.

  2. Uso consciente de agulhas, cortantes e perfurantes, com cuidado especial quanto ao descarte adequado, com manipulação segura em recipiente apropriados.

  3. Aumentar a confiabilidade dos pacientes usando essas mesmas precauções para todos os demais que se encontram em ambulatório, pronto-socorro e pacientes desconhecidos.

  4. Uso consciente dos equipamentos de proteção individual padrão (EPI's) como máscara de proteção respiratória, óculos de acrílicos, avental, luvas de latex ou silicone e pró-pé


CLASSIFICAÇÕES DAS DOENÇAS CONFORME O AGENTE INFECCIOSO


  • Doença Bacterianas: Tétano, furunculose, botulismo, hanseníase, gonorréia, salmo-nelose, febre-tifóide, tuberculose, meningites, gangrena gasosa, difteria e outras.

  • Doenças Virais: raiva, poliomielite, febre amarela, mononucleose, sarampo, varicela, herpes-zóster, rubéola, gripe, varíola, Aids (SIDA) e outras.

  • Doenças causadas por protozoários: doença de Chagas, malária, amebíase, helmintose, leishmaniose, giardíase, toxosplasmose e outras

  • Doenças causadas por fungos: blastomicose, candidíase, criptococose e outras

  • Doenças causadas por espiroquetas: sífilis, leptospirose e outras


DOENÇAS BACTERIANAS


Tétano

É uma grave doença bacteriana que afeta o sistema neurológico e que, entre outras complicações, pode levar inclusive à morte. O tétano é causado pela bactéria Clostridium tetani, que pode ser encontrada no solo, poeira e nas fezes de animais. A infecção por tétano começa quando os esporos da bactéria transmissora entram no corpo por meio de uma ferida ou um ferimento, onde liberam bactérias que se espalham pela corrente sanguínea e produzem um veneno chamado tetanospasmina. Esse veneno bloqueia os sinais neurológicos da coluna vertebral para os músculos, causando espasmos musculares intensos. Os espasmos podem ser tão fortes que rompem os músculos ou causam fraturas na coluna.


Fatores de Risco

Alguns fatores contribuem para o desenvolvimento do tétano. Veja:

  • Não ter se vacinado contra tétano ou não ter tomado a segunda dose da vacina

  • Estar infectado com outra bactéria

  • Apresentar uma ferida ou um ferimento na pele, causado por algum objeto enferrujado e sujo, a exemplo de pregos

  • Inchaço ao redor da ferida

Sintomas

O tempo entre a infecção e os primeiros sinais dos sintomas é geralmente de uma a três semanas. O período de incubação da bactéria é de, em média, sete a oito dias. Os principais sintomas do tétano são:

  • Espasmos e rigidez no maxilar

  • Rigidez nos músculos do pescoço e da nuca

  • Rigidez nos músculos do abdômen

  • Espasmos corporais que provocam dor e duram por vários minutos, geralmente causados por sons altos, toque físico e sensibilidade à luz

  • Febre

  • Sudorese

  • Hipertensão

  • Batimentos cardíacos acelerados

Diagnóstico

O médico poderá confirmar o diagnóstico por meio de um exame físico, no qual procurará por sinais de espasmos e rigidez pelos músculos do corpo, e por meio também de um questionário a respeito do histórico médico do paciente e de sua família.

Testes laboratoriais geralmente não são necessários para realizar o diagnóstico de tétano. A não ser que sejam feitos para descartar possibilidades de meningite, raiva, envenenamento por estriquinina e outras doenças com sintomas similares.


Furunculose

A furunculose é o nome dado à repetição de casos de furúnculo. Isso se deve à incapacidade do organismo em evitar a infecção dos folículos, situação que gera o desenvolvimento de furúnculos.




Causas

O surgimento de furúnculos está ligado a uma infecção dos folículos pilosos e glândulas sebáceas por parte da bactéria Staphylococcus aureus. Por sua vez, a furunculose, caracterizada pela repetição da ocorrência de furúnculos, se dá pela dificuldade do sistema imunológico em combater e evitar a infecção fazendo com que as reações se multipliquem. Tal redução da eficácia das defesas imunológicas pode estar associada a doenças como câncer e infecção pelo vírus HIV, uso de drogas, obesidade, higiene insuficiente e uso de medicamentos como corticoides.


Sintomas

O sintoma da furunculose é a repetição de casos de furúnculos. Em geral, eles surgem no pescoço, rosto e nádegas. Os furúnculos se estendem por uma área grande, provocam dores que podem ser intensas e costumam ser elevados.


Tratamento caseiro

O uso de compressa de água quente é o principal tratamento caseiro para a furunculose. Ela alivia as dores causadas pelos furúnculos e estimula a saída do pus presente em cada uma das inflamações. Como todo tratamento caseiro, as compressas servem como complemento ao tratamento convencional, não podendo substitui-lo.


MENINGITES

A meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro. Existem diversos tipos de meningite, e para cada um deles há causa e sintomas específicos.


Tipos

A maioria dos casos de meningite é provocada por vírus ou bactérias, mas a doença também pode ser transmitida via fungos. Outros fatores também podem desencadear num quadro de meningite, como alergias a determinados medicamentos, alguns tipos de câncer e também inflamações.

Conheça os principais tipos de meningite existentes:

  • Meningite viral

  • Meningite bacteriana

  • Meningite fúngica.

Esses três tipos podem levar a um quadro de meningite crônica.


Causas

A causa da meningite varia de acordo com o tipo. A mais comum das meningites é aquela causada por vírus, mas há casos também da doença provocada por bactérias. Menos comum, a meningite causada por fungos também pode surgir.

A meningite viral pode ser causada por diversos tipos de vírus e é a forma mais comum e menos perigosa de meningite, pois muitas vezes nem exige tratamento. Os vírus causadores da meningite podem ser transmitidos via alimentos, água e objetos contaminados e são mais comuns entre o fim do verão e o começo do outono.

Meningite bacteriana é a mais grave de todas. Ela ocorre geralmente quando a bactéria entra na corrente sanguínea e migra até o cérebro. Pode acontecer, também, de a doença ser desencadeada após uma infecção no ouvido, fratura ou, mais raramente, após alguma cirurgia. Existe mais de uma bactéria capaz de transmitir a doença.


Fatores de Risco

  • Idade: meningite viral costuma afetar crianças de até cinco anos, mas a forma bacteriana da doença geralmente atinge adultos na casa dos 20. Na verdade, o grupo de risco, quando é classificado pela idade, varia de acordo com a causa da doença. Meningite causada pela bactéria Listeria monocytogenes costuma vitimizar muitos idosos também

  • Viver em grandes centros urbanos e frequentar ambientes fechados e cheios de pessoas também podem aumentar os riscos de contrair meningite. Se uma pessoa vive em alguma base militar, orfanato ou albergue, as chances de ela apresentar a doença são maiores também

  • Gravidez: mulheres grávidas têm maiores chances de contrair listeriose e também a meningite bacteriana causada por Listeria monocytogenes

  • Sistema imunológico comprometido: pessoas com baixa imunidade correm maiores riscos de apresentar meningite também, a exemplo de portadores de Aids ou diabetes e usuários de drogas injetáveis.

Sintomas

Os primeiros sinais de meningite, quando manifestados, são facilmente confundidos com os sintomas típicos da gripe. Eles geralmente aparecem de algumas horas até dois dias após a infecção.

Os sintomas mais comuns da meningite são:

  • Febre alta repentina

  • Forte dor de cabeça

  • Pescoço rígido

  • Vômitos

  • Nausea

  • Confusão mental e dificuldade de concentração

  • Convulsões

  • Sonolência

  • Fotossensibilidade

  • Falta de apetite

  • Rachaduras e presença de manchas vermelhas na pele.

Bebês recém-nascidos portadores de meningite também podem apresentar febre, dor de cabeça, vômitos, confusão, rigidez corporal, moleira tensa ou elevada e inquietação. Às vezes, apenas irritabilidade em crianças ou choro fácil, diferente do normal, pode ser um indício de uma meningite.


Tratamento

O tratamento de meningite depende da causa.

Para meningite viral muitas vezes o tratamento é dispensável, pois a doença costuma desaparecer sozinha após algumas semanas. Geralmente, os únicos meios de terapia indicados pelo médico são repouso, ingestão de muita água e o uso de medicamentos para aliviar as dores. Em casos específicos, o médico pode receitar também um antiviral.

Já para casos de meningite bacteriana, o tratamento deve ser imediato por meio de antibióticos intravenosos e medicamentos de cortisona, para reduzir o risco de futuras complicações. O antibiótico que o médico receitará depende do tipo de meningite que o paciente tem, ou seja, da bactéria causadora da doença.

Mesmo quando as causas da meningite não estão esclarecidas, os médicos podem ministrar medicamentos antivirais e antibióticos para o paciente, já que meningites causadas por vírus e bactérias são os tipos mais frequentes da doença.

Quando o caso é de meningite fúngica, o tratamento é feito via fungicidas. No entanto, esses medicamentos podem apresentar diversos efeitos colaterais. Por isso, eles só serão receitados ao paciente quando a causa por comprovadamente infecção por fungos. Para tratar meningite crônica, o tratamento indicado é o mesmo do de meningite fúngica, já que esta é a única forma de meningite que pode levar ao quadro crônico da doença.

Os medicamentos de cortisona são mais indicados para casos em que a meningite é causada por razões não-infecciosas, como reações químicas, alergias a medicamentos e alguns tipos de câncer.


DOENÇAS VIRAIS


Raiva

A raiva é uma infecção viral mortal transmitida para seres humanos a partir da saliva de animais infectados – geralmente por uma mordida. Uma vez que uma pessoa começa a exibir sinais e sintomas da raiva, a doença é quase sempre fatal. Por esta razão, qualquer um que pode ter um risco de contrair a raiva devem receber vacinação antirrábica para a proteção.


Causas

A raiva é transmitida pela saliva infectada que entra no corpo por meio de uma mordida ou pele lesionada. O vírus viaja da ferida até o cérebro, onde causa inchaço ou inflamação. Essa inflamação leva aos sintomas da doença. A maioria dos casos de morte por raiva ocorre em crianças.

Qualquer mamífero é capaz de transmitir raiva. Os que mais costumam causar a doença são:


Animais Domésticos e da Fazenda

  • Gatos

  • Cachorros

  • Vacas

  • Furões

  • Cabras

  • Cavalos.

Animais Selvagens

  • Morcegos

  • Castores

  • Coiotes

  • Raposas

  • Macacos

  • Guaxinins

  • Gambás

  • Marmotas.

Em casos raríssimos, o vírus pode ser transmitido para receptores de transplantes de tecidos e órgãos de uma pessoa infectada.


Fatores de Risco

Fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa contrair raiva são:

  • Viajar ou viver em países em desenvolvimento onde a raiva é mais comum, incluindo países da África e Sudeste Asiático

  • Atividades que possam colocar uma pessoa em contato com animais selvagens que possam ter raiva, como a exploração de cavernas onde morcegos vivem ou acampar sem tomar precauções para manter os animais selvagens longe de seu acampamento

  • Trabalhar em um laboratório que contenha amostras do vírus da raiva

  • Ferimentos na cabeça, pescoço ou mãos, que possam ajudar a levar o vírus da raiva para o cérebro mais rapidamente.

Sintomas

O tempo real entre a infecção e o aparecimento da doença varia muito - ser de dez dias a sete anos. Esse período é chamado de incubação. O tempo médio corresponde a esse período, no entanto, é de três a 12 semanas.

Os sintomas podem incluir:

  • Babar em excesso

  • Convulsão

  • Sensibilidade exagerada no local da mordida

  • Excitabilidade

  • Perda de sensibilidade em uma área do corpo

  • Perda de função muscular

  • Febre baixa

  • Espasmos Musculares

  • Entorpecimento e formigamento

  • Dor no local da mordida

  • Agitação e ansiedade

  • Dificuldade de engolir (beber algo provoca espasmos da laringe).


Diagnóstico

Se um animal morder você, tente obter o máximo de informações sobre ele. Entre em contato com as autoridades de controle de animais para que o animal seja capturado de forma segura. Se houver suspeita de raiva, o animal ficará em observação.

Um teste especial chamado imunofluorescência é usado para observar o tecido cerebral depois que o animal morre. Esse teste pode revelar se o animal tinha raiva ou não.

O médico ou enfermeiro irá examiná-lo e observará a mordida. A ferida será limpa e tratada, conforme apropriado.

O mesmo teste utilizado em animais pode ser feito para verificar a raiva em seres humanos, usando um pedaço de pele retirada do pescoço. Os médicos podem procurar pelo vírus da raiva na sua saliva ou fluido espinhal, embora esses testes não sejam tão sensíveis e podem precisar ser repetidos.

Uma punção lombar pode ser feita em busca de sinais da infecção no seu fluido espinhal.


Tratamento

A ferida deve ser limpa com sabão e água antes de qualquer outra medida. Procure auxílio médico profissional logo em seguida para fazer os exames necessários. O médico deverá limpar bem a ferida novamente e remover quaisquer objetos estranhos. Na maioria das vezes, não são dados pontos nas feridas causadas pela mordida.

Se houver risco de raiva, você receberá uma série de vacinas preventivas. Essas vacinas são dadas, geralmente, em cinco doses durante 28 dias.

A maioria dos pacientes também recebe um tratamento chamado imunoglobulina humana para raiva (HRIG). Ele é administrado no dia da mordida.

A imunização e o tratamento para raiva são recomendados por, pelo menos, 14 dias após a exposição ou mordida.

Não há tratamento efetivo conhecido para pessoas com sintomas de infecção por raiva.

Rubéola

Rubéola, também conhecida como sarampo alemão, é uma infecção contagiosa causada por vírus e caracterizada por erupções vermelhas na pele.




Causas

A rubéola é causada pelo vírus Rubella vírus e é transmitida de pessoa para pessoa, por meio do espirro ou tosse, sendo altamente contagiosa. Uma pessoa com rubéola pode transmitir a doença a outras pessoas desde uma semana antes do início da erupção até uma a duas semanas depois de seu desaparecimento. Ou seja, uma pessoa pode transmitir a doença antes mesmo de saber que tem rubéola.

A doença também pode ser congênita, podendo ser transmitida de mãe para filho ainda durante a gravidez.


Fatores de Risco

  • Ter contato próximo com uma pessoa infectada com rubéola é um grande fator de risco para o contágio

  • Não tomar a vacina tríplice viral, que age também contra o sarampo e a caxumba, pode tornar a pessoa vulnerável ao vírus causador da rubéola

  • Recém-nascidos costumam ser a faixa etária de maior risco, uma vez que ainda não foram vacinados contra a doença. Os adultos, por outro lado, não estão livres da rubéola só porque foram vacinados. Pode acontecer de a vacina perder a eficácia e deixar de proteger a pessoa completamente, por isso é recomendável que se tome um reforço da vacina alguns anos após a primeira dose.

Sintomas

Os principais sintomas da rubéola costumam ser leves e difíceis de serem notados, especialmente em crianças. Quando surgem, os sinais da doença demoram geralmente de duas a três semanas após a exposição com o vírus para se manifestar e duram, em média, de dois a três dias. O principal deles é o surgimento de erupções vermelhas pela pele, que aparecem primeiramente no rosto e depois vão se espalhando pelo tronco, braços e pernas. Entre os outros sintomas da rubéola estão:

  • Febre leve

  • Dor de cabeça

  • Congestão nasal

  • Inflamação nos olhos (avermelhados)

  • Surgimento de nódulos na região da nuca e atrás das orelhas

  • Desconforto geral e sensação de mal-estar constante

  • Dor muscular e nas articulações


Tratamento

Não há tratamento disponível para interromper a infecção por rubéola, mas os sintomas são tão leves que o tratamento não costuma ser necessário. No entanto, para evitar a transmissão do vírus para outras pessoas que eventualmente não foram vacinadas ou estão precisando tomar o reforço da vacina, os pacientes devem permanecer em casa durante o período de altas chances de contágio.

Se você estiver grávida, converse com seu médico sobre a melhor forma de combater a infecção e impedir que o bebê seja infectado também. As medidas tomadas contra o vírus podem reduzir os sintomas, mas não elimina a possibilidade de a criança nascer com rubéola congênita.


Mononucleose

A mononucleose, também conhecida como mononucleose infecciosa ou doença do beijo, é uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitido através da saliva, que provoca sintomas como febre alta, dor e inflamação da garganta, placas esbranquiçadas na garganta e ínguas no pescoço.

Este vírus pode provocar infecção em qualquer idade, mas é mais comum causar sintomas apenas em adolescentes e adultos, sendo que as crianças normalmente não apresentam sintomas e, por isso, não precisam de tratamento.

Embora a mononucleose não tenha um tratamento específico, tem cura e desaparece após 1 ou 2 semanas. O único tratamento recomendado inclui repouso, ingestão de líquidos e uso de remédios para aliviar os sintomas.


Principais sintomas

  1. Febre acima de 38º C

  2. Dor de garganta muito intensa

  3. Dor de cabeça constante

  4. Cansaço excessivo e mal estar geral

  5. Placas esbranquiçadas na boca e língua

  6. Ínguas no pescoço

Estes sintomas podem ser facilmente confundidos com uma gripe ou resfriado, dessa forma, se durarem por mais de 2 semanas é aconselhado consultar um clínico geral.


Como se pega?

A transmissão da mononucleose acontece através do contato com a saliva de uma pessoa infectada e, por isso, a forma mais comum é através do beijo. No entanto, também é possível pegar mononucleose através da tosse e dos espirros.

Além disso, a partilha de copos ou talheres com uma pessoa infectada também pode levar ao surgimento da doença.


Tratamento

Não existe um tratamento específico para a mononucleose, uma vez que o corpo é capaz de eliminar o vírus. No entanto, é recomendado ficar de repouso e ingerir muitos líquidos, como água, chás ou sucos naturais para acelerar o processo de recuperação e evitar o surgimento de complicações, como inflamação do fígado ou aumento do baço.

Além disso, o clínico geral pode ainda indicar o uso de alguns remédios analgésicos, como:

  • Analgésicos e antipiréticos, como o Paracetamol ou Dipirona: diminuem a febre, as dores de cabeça e o cansaço;

  • Anti-inflamatórios, como Ibuprofeno ou Diclofenaco: aliviam a dor de garaganta e reduzem as ínguas, por exemplo.

No caso de surgirem outras infecções, como amigdalite, por exemplo, o médico pode ainda indicar o uso de antibióticos, como a Amoxicilina ou Penicilina. No entanto, os antibióticos não devem ser utilizados nos outros casos pois podem provocar uma alergia na pele.


DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS


Malária

Malária é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium.


Trasmissão

A transmissão ocorre após picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por protozoários do gênero Plasmodium. No Brasil, três espécies estão associadas à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae.

O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como o compartilhamento de seringas (consumidores de drogas), transfusão de sangue ou até mesmo de mãe para feto, na gravidez.


Sintomas

Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios. No caso de infecção por P. falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação,sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.



Tratamento

A decisão de como tratar o paciente com malária deve estar de acordo com o Manual de Terapêutica da Malária, editado pelo Ministério da Saúde, e ser orientada pelos seguintes aspectos:

  • Espécie de plasmódio - dependendo da espécie de plasmódio o paciente vai receber um tipo de tratamento

  • Gravidade da doença - pela necessidade de drogas injetáveis de ação mais rápida sobre os parasitos, visando reduzir a letalidade.


Prevenção

Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.

Medidas de prevenção coletiva: drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.



Leishmaniose

A leishmaniose visceral (VL), também conhecida como calazar, é a forma mais grave da leishmaniose. Se não for tratada, chega a ser fatal em mais de 95% dos casos.

O calazar é endêmico em 47 países – sendo altamente endêmico no subcontinente indiano e no leste da África – e aproximadamente 200 milhões de pessoas correm o risco de serem infectadas. Estima-se que 200 a 400 mil novos casos de calazar ocorram anualmente no mundo. Mais de 90% dos novos casos ocorrem em seis países: Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia, Sudão do Sul e Sudão.


Causas

O calazar é causada pelo protozoário parasita Leishmania que é transmitido pela picada de mosquitos-palha infectados. O parasita ataca o sistema imunológico e, meses após a infecção inicial, a doença pode evoluir para uma forma visceral mais grave, que é quase sempre fatal se não for tratada.

A doença afeta algumas das pessoas mais pobres do mundo e está associada à desnutrição, deslocamento de população, condições precárias de habitação e saneamento precário, um sistema imunológico fraco e falta de recursos financeiros. O calazar, em geral, também está ligado a mudanças ambientais como o desmatamento, construção de barragens, sistemas de irrigação e urbanização.


Sintomas

A doença, quando progride, se manifesta de dois a oito meses após a infecção com e se caracteriza por acessos irregulares de febre, perda de peso, fraqueza, aumento do baço e do fígado, nódulos linfáticos inchados e anemia. No entanto, se a carga parasitária é alta ou o nível de imunidade do paciente é baixo, o período de incubação é de 10 a 14 dias.


Tratamento

O calazar é uma doença tratável e curável. Todos os pacientes diagnosticados precisam de tratamento rápido e completo, existindo diferentes opções, com efetividade e efeitos colaterais variados.

Antimoniais pentavalentes são, normalmente, o grupo de medicamentos de primeira linha, administrados como tratamento de 30 dias de injeções intramusculares. Enquanto antimoniais são bastante tóxicos e representam um risco aos pacientes que recebem o tratamento, aqueles que são curados do calazar quase sempre desenvolvem imunidade vitalícia. Pesquisadores esperam identificar formas de simplificar os regimes de tratamento, melhorar a segurança e reduzir o risco de resistência a medicamentos.


Toxosplasmose

Toxoplasmose, ou como é popularmente chamada “doença do gato”, é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes dos gatos e outros felinos. Contudo, homens e outros animais também podem hospedar o parasita. A toxoplasmose pode causar sintomas semelhantes aos da gripe em algumas pessoas, mas, na maioria das vezes, as pessoas afetadas nunca desenvolve sinais e sintomas. Para crianças nascidas de mães infectadas e de pessoas com sistema imunológico enfraquecido, a toxoplasmose pode causar complicações sérias.


Transmissão

O agente causador é o protozoário Toxoplasma gondii. Um protozoário coccídio intracelular, pertencente à família Sarcocystidae.

O homem adquire a infecção por três vias:

  • Ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados

  • Ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro

  • Por intermédio de infecção transplacentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriram a infecção durante a gravidez.

O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, ocorre de 10 a 23 dias, quando a fonte for a ingestão de carne; de 5 a 20 dias, após ingestão de oocistos de fezes de gatos.

Não se transmite diretamente de uma pessoa a outra, com exceção das infecções intrauterinas. Os oocistos expulsos por felídeos esporulam e se tornam infectantes depois de 1 a 5 dias, podendo conservar essa condição por 1 ano.


Tipos

A toxoplasmose pode ser divida em seis tipos:


Toxoplasmose febril aguda: apresenta-se na forma de febre, exantema generalizado, acometimento pulmonar, miocárdico, hepático, miosite. Os sintomas mais comuns da forma aguda são febre, exantema generalizado, mialgia, artralgia, alteração da função hepática, aparecimento de adenopatia cervical e, às vezes, diarreia.

Linfadenite Toxoplásmica: caracteriza-se por linfadenopatia (condição em que os nódulos linfáticos ficam com tamanho, consistência ou número anormais) localizada geralmente na cervical e, raras vezes, generalizada.

Toxoplasmose Ocular: ocorre na forma de coriorretinite (um processo inflamatório que envolve o trato uveal do olho), aguda ou crônica.

Toxoplasmose Neonatal: acontece quando a infecção é intra-uterina, variando de assintomática a letal, dependente da idade fetal

Toxoplasmose no paciente imunodeprimido: ocorre do recrudescimento da toxoplasmose por imunossupressão associada à aids, doença linfo proliferativa, uso de imunossupressor


Causas

Toxoplasmose é causada por um cisto do tipo Toxoplasma gondii, um dos parasitas mais comuns do mundo. Ela pode ser adquirida por meio da ingestão de alimentos contaminados – em especial carne crua ou mal passada, principalmente de porco e de carneiro - e vegetais que abriguem os cistos do Toxoplasma após terem tido contato com as fezes de animais hospedeiros.

Esses cistos podem infectar quase todas as partes do organismo humano, incluindo cérebro, músculos e até mesmo o coração. No entanto, se a pessoa for saudável de um modo geral, o sistema imunológico a defenderá bem contra as ações do parasita, mantendo-o inativo dentro do organismo e impedindo, assim, que a pessoa volte a ser infectada novamente por ele.

Mas se a resistência não for tão boa, principalmente se o paciente tiver alguma doença que comprometa o sistema imunológico, a infecção pode ser reativada e causar sérias complicações.

A toxoplasmose não é contagiosa entre humanos – ou seja, ela não pode ser transmitida de pessoa para pessoa. No entanto, as fezes de gatos e outros felinos e a ingestão de alimentos contaminados não são a única porta de entrada para o parasita. Humanos também podem adquirir a doença em outras situações, como:

  • Usando facas e outros utensílios de cozinha contaminados

  • Comer frutas e vegetais mal lavados

  • Transfusões de sangue ou transplantes de órgãos

A doença também pode ser congênita. Neste caso, ela é transmitida da mãe infectada para o bebê por meio da placenta. Se a mulher foi diagnosticada com a doença um pouco antes ou durante a gestação, as chances de ela passar a inflamação para o filho são de 30%, em média.


Fatores de Risco

Qualquer pessoa pode ser infectada pelo parasita da toxoplasmose, mas alguns fatores de risco aumentam os riscos de contaminação, confira:

  • Aids/HIV: com o sistema imunológico debilitado, a pessoa torna-se mais vulnerável à ação do protozoário

  • Quimioterapia: estar sob tratamento de quimioterapia também afeta a resistência do organismo

  • Medicamentos: alguns deles também podem causar prejuízos ao sistema imunológico

  • Gravidez: se a mulher tiver sido diagnosticada com toxoplasmose, um tratamento específico pode reduzir as chances do bebê nascer com a doença


Sintomas

Geralmente, a toxoplasmose é uma doença que passa despercebida. Em alguns casos, porém, em pessoas consideradas saudáveis, podem aparecer sintomas parecidos com os da gripe, como:

  • Dor de cabeça

  • Coriza

  • Dor no corpo

  • Febre

  • Fadiga

  • Dor de garganta.

Sintomas em pessoas com o sistema imunológico debilitado

Se você tem HIV/AIDS, está recebendo quimioterapia ou teve recentemente um transplante de órgão, pode desenvolver sinais e sintomas mais graves de infecção, incluindo:

  • Dor de cabeça

  • Confusão

  • Coordenação deficiente

  • Convulsões

  • Problemas pulmonares que podem se assemelhar à tuberculose ou pneumonia por Pneumocystis jiroveci, uma infecção oportunista comum que ocorre em pessoas com AIDS

  • Visão turva causada por inflamação grave da sua retina (toxoplasmose ocular)

Sintomas em bebês

Se a mulher for infectada antes ou durante a gravidez, pode transmitir a infecção para o seu bebê (toxoplasmose congênita), mesmo que não tenha sinais e sintomas.

O bebê corre o maior risco de contrair toxoplasmose se a mulher for infectada no terceiro trimestre e menos em risco se for infectada durante o primeiro trimestre. Por outro lado, quanto mais cedo na sua gravidez a infecção ocorrer, mais sério será o resultado para o seu bebê.

Muitas infecções precoces terminam em natimortos ou abortos espontâneos. Os bebês que sobrevivem podem nascer com problemas sérios, como:

  • Convulsões

  • Fígado e baço aumentados

  • Amarelecimento da pele e do branco dos olhos (icterícia)

  • Infecções oculares graves.

Somente uma pequena parte dos bebês que nascem com toxoplasmose demonstram sinais da doença nos primeiros dias de vida. Geralmente os sintomas só aparecem na adolescência.


Diagnóstico

Os exames para diagnosticar toxoplasmose são importantes porque a doença passa frequentemente desapercebida e, quando surgem sintomas, eles são muito parecidos com os da gripe e resfriado. Para diagnosticar a toxoplasmose é necessário realizar um exame de sangue, onde será possível verificar se há os anticorpos combatentes típicos da toxoplasmose.

Diagnóstico em gestantes: Na gravidez, o médico solicitará diversos exames de sangue para testar a resistência dos anticorpos. No entanto, quando os exames são feitos logo após a contaminação, os resultados podem dar negativos, já que o corpo ainda não produziu anticorpos para combater a presença do parasita. Por isso, o médico poderá pedir que esses exames sejam feitos dentro de algumas semanas após a consulta.

Em todo caso, um resultado negativo pode significar que você nunca foi infectado com toxoplasmose e que, portanto, não está imune à doença. Se você estiver dentro do grupo de risco, o exame é necessário para saber quais cuidados tomar para não ser contaminado no futuro.

Diagnóstico em Bebês: Se você está grávida e foi infectada por toxoplasmose, o próximo passo é determinar se seu bebê também está infectado. Testes que seu médico pode recomendar incluem:

  • Amniocentese: Neste procedimento, que pode ser feito com segurança após 15 semanas de gravidez, o médico usa uma agulha fina para remover uma pequena quantidade de líquido do saco cheio de líquido que envolve o feto (saco amniótico). Testes são então realizados no fluido para verificar se há evidência de toxoplasmose. A amniocentese acarreta um pequeno risco de aborto espontâneo e complicações menores, como cólicas, vazamento de líquidos ou irritação onde a agulha foi inserida

  • Ecografia: Este teste usa ondas sonoras para produzir imagens do seu bebê no útero. Um ultra-som detalhado não pode diagnosticar a toxoplasmose. Pode, no entanto, mostrar se o seu bebê tem certos sinais, como o acúmulo de líquido no cérebro (hidrocefalia). No entanto, um ultra-som negativo não exclui a possibilidade de infecção. Por essa razão, seu recém-nascido precisará de um exame e exames de sangue durante o primeiro ano de vida.

Testes em casos graves: Se você desenvolveu uma doença com risco de vida, como encefalite, você pode precisar de um ou mais exames de imagem para verificar se há lesões ou cistos no cérebro. Esses incluem:

  • Ressonância magnética: Este teste usa um campo magnético e ondas de rádio (eletromagnéticas) para criar imagens transversais de sua cabeça e cérebro. Durante o procedimento, você se deita dentro de uma máquina grande, em forma de anel, que contém um imã cercado por bobinas que enviam e recebem ondas de rádio. Em resposta às ondas de rádio, seu corpo produz sinais fracos que são captados pelas bobinas e processados ??em imagens por um computador. A ressonância magnética é não invasiva e apresenta riscos mínimos para a sua saúde

  • Biópsia cerebral: Em casos raros, especialmente se você não responder ao tratamento, um neurocirurgião pode levar uma pequena amostra de tecido cerebral. A amostra é então analisada em um laboratório para verificar se há cistos de toxoplasmose.


Tratamento

A necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas manifestações, locais de acometimento e principalmente estado imunológico da pessoa que está doente. São três as situações: (5,6)

  • Imunocompetentes com infecção aguda: somente comprometimento ganglionar, em geral não requer tratamento

  • infecções adquiridas por transfusão com sangue contaminado ou acidentes com materiais contaminados, em geral são quadros severos e devem ser tratados

  • infecção da retina (corioretinite), devem ser tratados

  • Infecções agudas em gestantes: devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a chance de contaminação fetal

  • Com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o regime de tratamento pode ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve ser mantida neste sentido

  • Infecções em imunocomprometidos: estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como os contaminados pelo vírus HIV-1, devem permanecer tomando uma dose um pouco menor da medicação que usaram para tratar a doença por tempo indeterminado. Discute-se, neste último caso a possibilidade de interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem recuperação imunológica com os chamados coquetéis contra a Aids.


Prevenção

Certos fatores podem ajudar a prevenir a toxoplasmose:

  • Use luvas quando você jardim ou lidar com o solo: Use luvas sempre que trabalhar ao ar livre e lave bem as mãos com sabão e água

  • Não coma carne crua ou mal passada: A carne, especialmente o cordeiro, a carne de porco e a carne de vaca, podem abrigar organismos do toxoplasma. Não prove carne antes de estar totalmente cozido. Evite carne crua curada

  • Lave bem os utensílios de cozinha: Depois de preparar a carne crua, lave tábuas de corte, facas e outros utensílios em água quente e sabão para evitar a contaminação cruzada de outros alimentos. Lave as mãos depois de manusear carne crua

  • Lave todas as frutas e legumes: Esfregue frutas e vegetais frescos, especialmente se você planeja comê-los crus. Remova as cascas quando possível, mas somente após a lavagem

  • Não beba leite não pasteurizado: Leite não pasteurizado e outros produtos lácteos podem conter parasitas do toxoplasma

  • Cubra as caixas de areia das crianças: Se você tiver uma caixa de areia, cubra-a quando seus filhos não estiverem jogando nela para impedir que os gatos a usem como uma caixa de areia.

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