As infecções sexualmente transmissíveis (IST) representam importante problema de saúde pública e estima-se a ocorrência de cerca de 330 milhões de novos casos por ano no mundo. A prática de atividades sexuais desprotegidas é mais freqüente durante as viagens e risco de aquisição depende exclusivamente do comportamento do viajante. Até 50% dos viajantes referem contato sexual durante viagens e esta proporção é ainda maior nas viagens de longa duração. A sensação de anonimato e o uso de bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas podem diminuir a capacidade de julgamento do indivíduo, facilitando a prática desprotegida de atividades sexuais com parceiros (homens ou mulheres) de maior risco, como os profissionais do sexo. Os riscos, embora sejam maiores nos países em desenvolvimento, existem em todo o mundo, principalmente onde a prática do turismo sexual é comum.
Quais são as doenças sexualmente transmissíveis?
Aids
Cancro Mole
Clamídia
Gonorreia
Condiloma Acuminado (HPV)
Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
Donovanose
Hepatite Virais
Herpes
Infecção pelo Vírus T-Linfontrófico humano (HTLV)
Linfogranuloma Venéreo
Sífilis
AIDS
Aids, também conhecida como Sida (principalmente em Portugal), é a sigla em inglês de síndrome da imunodeficiência adquirida (acquired immunodeficiency syndrome). A aids é uma doença crônica e que pode ser potencialmente fatal. Ela acontece quando a pessoa infectada pelo HIV vai tendo o seu sistema imunológico danificado pelo vírus, interferindo na habilidade do organismo de lutar contra invasores que causam a doença, além de deixar a pessoa suscetível a infecções oportunistas - como tuberculose, pneumocistose, toxoplasmose e Sarcoma de Kaposi. O HIV é uma infecção sexualmente transmissível, que também pode ser contraída pelo contato com o sangue infectado e de forma vertical, ou seja, a mulher que é portadora do vírus HIV o transmite para o filho durante a gravidez.
Causas
Os cientistas acreditam que um vírus similar ao HIV ocorreu pela primeira vez em algumas populações de chimpanzés e macacos na África, onde eram caçados para servirem de alimento. O contato com o sangue do macaco infectado durante o abate ou no processo de cozinhá-lo pode ter permitido ao vírus entrar em contato com os seres humanos e se tornar o HIV.
O HIV é transmitido principalmente por relações sexuais (vaginais, anais ou orais) desprotegidas, isto é, sem o uso do preservativo, e compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas com sangue, o que é frequente entre usuários de drogas ilícitas - que também podem contrair mais doenças, como hepatites. Outras vias de transmissão são por transfusão de sangue, porém é muito raro, uma vez que a testagem do banco de sangue é eficiente, e a vertical, que é a transmissão do vírus da mãe para o filho na gestação, amamentação e principalmente no momento do parto, o que pode ser prevenido com o tratamento adequado da gestante e do recém-nascido.
A infecção pelo HIV evolui para Aids quando a pessoa não é tratada e sua imunidade vai diminuindo ao longo do tempo, pois, mesmo sem sintomas, o HIV continua se multiplicando e atacando as células de defesa, principalmente os linfócitos TCD4+. Por definição, a pessoas que tem aids apresentam contagem de linfócitos TCD4+ menor que 200 células/mm3 ou têm doença definidora de aids, como neurotoxoplasmose, pneumocistose, tuberculose extrapulmonar etc. O tratamento antirretroviral visa impedir a progressão da doença para aids.
Fatores de Risco
Para se contrair aids é necessário que a pessoa seja infectada pelo vírus HIV. Todos estão sujeitos a contrair o vírus HIV, uma vez que a doença não escolhe cor de pele, idade, gênero ou preferências sexuais, contudo, há alguns comportamentos de risco para a infecção por HIV:
Relação sexual (vaginal, anal ou oral) com pessoa infectada sem o uso de preservativos
Compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis
Reutilização de objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV.
Mulheres HIV-positivas que queiram engravidar também precisam tomar as providências, sob orientação médica, para não transmitir o vírus para os seus filhos durante a gestação, parto ou amamentação.
Sintomas
Os primeiros sintomas do HIV observáveis para Aids são fraqueza, febre, emagrecimento, diarreia prolongada sem causa aparente. Na criança que nasce infectada, os efeitos mais comuns são problemas nos pulmões, diarreia e dificuldades no desenvolvimento.
Fase sintomática inicial da Aids: candidíase oral, sensação constante de cansaço, aparecimento de gânglios nas axilas, virilhas e pescoço, diarreia, febre, fraqueza orgânica, transpirações noturnas e perda de peso superior a 10%.
Infecção aguda da Aids: sintomas de infecção viral como febre, afecções dos gânglios linfáticos, faringite, dores musculares e nas articulações; ínguas e manchas na pele que desaparecem após alguns dias; feridas na área da boca, esôfago e órgãos genitais; falta de apetite; estado de prostração; dores de cabeça; sensibilidade à luz; perda de peso; náuseas e vômitos.
Os sintomas que a pessoa com aids podem apresentar incluem:
Emagrecimento não intencional
Fadiga
Aumento dos linfonodos, ou ínguas
Sudorese noturna
Calafrios
Febre superior a 38 C durante várias semanas
Diarreia crônica
Manchas brancas ou lesões incomuns na língua ou boca
Dores de cabeça
Fadiga persistente e inexplicável
Visão turva e/ou distorcida
Erupções cutâneas e/ou inchaços.
Estes sintomas podem ser agravados sem o tratamento adequado, além de que, o paciente vivendo com HIV/Aids pode apresentar outros sinais mais graves dependendo da doença oportunista que desenvolver.
CANCRO MOLE
O cancro mole é uma doença sexualmente transmissível (IST), causada pela bactéria Haemophilus ducreyi, sendo mais frequente nas regiões de clima tropicais.
A condição é caracterizada por lesões múltiplas na área genital, podendo ser únicas também, e normalmente são dolorosas. O cancro mole é mais frequente no sexo masculino.
O período de incubação é geralmente de 3 a 5 dias, podendo se estender por até 2 semanas ou mais. O risco de infecção em um relações sexuais é de 80%.
Causas
O cancro mole é causado por uma bactéria chamada Haemophilus ducreyi, que é geralmente transmitida via contato sexual e que entra no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas mucosas. Não há evidências de que o cancro mole possa ser transmitido na gravidez.
Fatores de Risco
Alguns fatores são considerados de risco para contrair o cancro mole. Confira:
Manter relações sexuais desprotegidas com uma ou mais pessoas
Estar infectado com o vírus do HIV, causador da Aids.
Sintomas
Os primeiros sintomas são dor de cabeça, febre e fraqueza, que podem aparecer de dois a 15 dias depois do contágio. No entanto, nem todos apresentam esses sintomas, por isso os sintomas mais perceptíveis são:
Feridas múltiplas e dolorosas de tamanho pequeno com presença de pus, que aparecem com frequência nos órgãos genitais (ex.: pênis, ânus e vulva)
Podem aparecer nódulos (caroços ou ínguas) na virilha.
Nos homens, as feridas aparecem na cabeça do pênis (glande). Na mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre, a ferida é visível, mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar.
Tratamento
Quando tratada corretamente, o cancro mole não costuma causar maiores danos à saúde e o paciente é curado dentro de semanas. O paciente deve ser reexaminado 7 dias após início da terapia, devendo, ao fim desse período, haver melhora dos sintomas e da própria lesão
O tratamento mais indicado pelos médicos é feito à base de penicilina, um antibiótico comprovadamente eficaz contra a bactéria. Uma única injeção de penicilina já é o bastante para impedir a progressão da doença, principalmente se ela for aplicada no primeiro ano após a infecção.
Durante o primeiro dia de tratamento, o paciente poderá sentir aquilo que os médicos chamam de reação de Jarisch-Herxheimer, que inclui uma série de sintomas, como febre, calafrios, náuseas, dores nas articulações e dor de cabeça. A boa notícia é que esses sintomas não costumam demorar mais do que um dia.
O tratamento dos parceiros sexuais até 10 dias antes da relação sexual está recomendado mesmo que a doença clínica não seja demonstrada, pela possibilidade de existirem portadores assintomáticos, principalmente entre mulheres.
CLAMÍDIA
Clamídia é a doença sexualmente transmissível (IST) mais comum em todo o mundo. Essa IST muitas vezes é silenciosa e pode afetar tanto homens quanto mulheres, não tem tratamento difícil. Mas, se não receber a devida atenção, pode desencadear problemas mais graves de saúde.
Causas
Clamídia é uma doença causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Ela pode ser transmitida via contato sexual anal, oral ou vaginal e pode também ser congênita, ou seja, pode ser passada de mãe para filho durante a gravidez.
Fatores de Risco
Manter relações sexuais desprotegidas é o principal fator de risco para contaminação por clamídia. Independentemente do número de parceiros que uma pessoa venha a ter, o fator determinante para a transmissão dessa e de outras doenças sexualmente transmissíveis (ISTs) é a ausência de preservativo durante o ato sexual.
Sintomas
Os estágios iniciais da clamídia não costumam manifestar sintomas. Quando eles ocorrem, isso acontece geralmente de uma a três semanas após a exposição à bactéria causadora da doença. Mesmo quando os sintomas se manifestam, eles são fracos e passageiros. Confira os principais sinais de contaminação por clamídia:
Ardência ao Urinar
Dor abdominal
Corrimento Vaginal
Corrimento peniano
Penetração dolorosa durante o ato sexual, no caso de mulheres
Sangramento Intermenstrual e após a relação sexual
Dor nos testículos
Dor ou secreção retal
Sintomas de doença inflamatória pélvica.
Diagnóstico
O exame para detecção de clamídia é recomendado para mulheres grávidas, jovens de até 25 anos e homens e mulheres que tenham tido vários parceiros ao longo dos últimos meses. Mas este teste é recomendado, principalmente, para pessoas que mantiveram relações sexuais sem o uso de preservativos.
Para realizar o diagnóstico de clamídia, os procedimentos são considerados bem simples. Os exames envolvem a coleta de amostras da secreção uretral ou das secreções do colo do útero. Se o indivíduo pratica sexo anal, amostras extraídas do reto também podem ser solicitadas. A amostra é encaminhada para um teste de anticorpos monoclonais ou fluorescentes, teste de sonda de DNA ou cultura celular. Alguns desses testes também podem ser realizados em amostras de urina.
Complicações Possíveis
Clamídia não tratada pode levar a problemas mais sérios de saúde, como:
Outras infecções sexualmente transmissíveis
Doença inflamatória pélvica
Epididimite
Inflamação na próstata
Contaminação de um recém-nascido, em caso de doença congênita
Infertilidade
Artrite reativa.
Prevenção
A única maneira 100% garantida de não contrair clamídia é não mantendo relações sexuais. Mas o uso de preservativos durante o ato sexual já é um método preventivo bastante eficaz contra essa e outras doenças sexualmente transmissíveis.
GONORREIA
Gonorreia é uma doença sexualmente transmissível (DST) comum, que afeta tanto a homens quanto a mulheres.
Ela pode ser transmitida em qualquer contato sexual, seja penetração vaginal ou anal, sexo oral ou mesmo por contaminação ocular.
A gonorreia é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST’s na nova sigla) que mais tem crescido no Brasil e no mundo. Além disso, em 2017 a Organização Mundial da Saúde alertou para como a bactéria Neisseria gonorrhoeae está se tornando cada vez mais resistente à antibióticos.
Causas
A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, também conhecida como gonococo. Qualquer indivíduo que tenha qualquer prática sexual pode contrair a gonorreia. A infecção pode ser transmitida por contato oral, vaginal ou anal.
A bactéria se prolifera em áreas quentes e úmidas do corpo, incluindo o canal que leva a urina para fora do corpo, a uretra. Pode ser encontrada também no sistema reprodutor feminino, que inclui as tubas uterinas, o útero e o colo do útero.
Existe, ainda, a transmissão de mãe para filho durante o parto ou quando este ainda está dentro do útero. Em bebês, a gonorreia costuma se manifestar principalmente nos olhos, na forma de conjuntivite grave, mas também pode haver infecção disseminada.
Fatores de Risco
Alguns fatores considerados de risco podem facilitar a contaminação com a bactéria causadora da gonorreia.
Pouca idade
Ter vários parceiros sexuais
Ter um parceiro com histórico de qualquer infecção sexualmente transmissível
Não usar camisinha durante o ato sexual
Uso abusivo de álcool ou de substâncias ilegais, que é um fator de risco para o sexo desprotegido.
Sintomas
Na maioria dos casos, a gonorreia passa desapercebida. Quando há sintomas, alguns são bastante característicos, principalmente na região genital.
Sintomas da Gonorreia em Homem
No pênis, os sinais mais comuns da gonorreia são:
Dor e ardência ao urinar
Secreção abundante de pus pela uretra
Dor ou inchaço em um dos testículos.
Sintomas da Gonorreia em Mulher
Já na vagina, os sintomas são:
Aumento no corrimento vaginal, que passa a ter cor amarelada e odor desagradável
Dor e ardência ao urinar
Sangramento fora do período menstrual
Dores abdominais
Dor pélvica.
Sintomas gerais da Gonorreia
Mas a gonorreia também pode surgir em outras partes do corpo:
Reto: os sintomas comuns da gonorreia na região anal são coceira, secreção de pus e sangramentos
Olhos: dor, sensibilidade à luz e secreção de pus em um ou nos dois olhos
Garganta: dor e dificuldade em engolir, presença de placas amareladas na garganta
Articulações: se a bactéria afetar alguma articulação do corpo, esta poderá ficar quente, vermelha, inchada e muito dolorida.
Sintomas da Gonorreia em Recém Nascidos
Normalmente os recém-nascidos contaminados com gonorreia no momento do parto podem apresentar sintomas semelhantes a conjuntivite, como:
Olhos vermelhos
Inchaço das pálpebras.
Em casos mais graves, eles podem apresentar infecções na corrente sanguínea e meningite.
Tratamento
Há dois objetivos no tratamento de uma doença sexualmente transmissível (IST): o primeiro é curar a infecção do indivíduo, enquanto o segundo é interromper a cadeia de transmissão da doença. Para isso, além de tratar o paciente, é importante localizar e examinar todos os seus contatos sexuais para tratá-los, se indicado. Por se tratar de uma doença bacteriana, o tratamento pode ser feito por meio de antibióticos.
Em casos mais simples o mais comum é o uso de ceftriaxona mais azitromicina. Mas isso varia muito conforme o quadro do paciente.
Uma visita de acompanhamento após o tratamento é importante, principalmente em caso de dor nas articulações, erupções cutâneas ou dores mais fortes na região pélvica ou abdominal. Também devem ser realizados exames para garantir que a infecção tenha sido curada.
Todos os parceiros sexuais do paciente com gonorreia devem ser contatados e examinados para evitar futuras transmissões da doença.
Tratamento para bebês com Gonorreia
Em caso de bebês, rotineiramente os pediatras aplicam um medicamento imediatamente após o parto nos olhos do recém-nascido para evitar infecção. Se ainda assim o bebê desenvolver a infecção, poderá ser tratado com antibióticos também.
Complicações Possíveis
Gonorreia, quando não tratada, ou quando ocorrem repetidos episódios, pode levar a complicações mais graves, como:
Infertilidade
A doença pode se espalhar pelo útero e pelas tubas uterinas, causando inflamação nestes e nos demais órgãos genitais internos femininos, conhecida como DIP, de “doença inflamatória pélvica”. Essa doença aumenta os riscos de complicações na gravidez e podem levar à gravidez fora do útero e, também, à infertilidade. Recomenda-se tratamento imediato para DIP.
Já no pênis, a gonorreia não tratada pode causar epididimite, uma doença que leva à inflamação no reservatório de esperma que fica junto ao do testículo. A epididimite, se não for tratada corretamente, pode levar à infertilidade também. Outras complicações são o estreitamento da uretra e a inflamação da próstata.
Infecções
A bactéria pode entrar na corrente sanguínea e se espalhar pelo corpo, inclusive pelas articulações. Isso pode despertar alguns sintomas característicos, como febre, feridas na pele, dores nas articulações, inchaço e enrijecimento muscular.
Risco maior para Aids/HIV
Ter gonorreia ou qualquer outra IST torna a pessoa mais suscetível ao contágio com o HIV, o vírus da imunodeficiência humana (aids).
Prevenção
Usar preservativos na relação sexual é o melhor meio para se prevenir gonorreia. Use camisinha em todo e qualquer tipo de contato sexual, seja ele vaginal, anal ou oral.
De modo geral, evite ter relações sexuais com pessoas diagnosticadas com gonorreia até que estejam completamente tratadas.
Para evitar futuras transmissões da infecção, é importante também que todos os parceiros ou parceiras sexuais sejam tratados. A doença pode voltar caso uma das partes não tenha recebido tratamento adequado.
CONDILOMA ACUMINADO
O condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e no ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito de rotina por todas as mulheres.
Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável procurar serviços de saúde para consultas periodicamente.
Sinais e Sintomas
A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.
Fatores de Risco
A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual, que inclui o contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Portanto, a infecção pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Para a transmissão, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas, mas quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.
Vacina
Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo do útero. Essa vacina, na verdade, previne contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Uma dessas vacinas é quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é bivalente, específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
É fundamental deixar claro que a adoção da vacina não substituirá a realização regular do exame de citologia, Papanicolaou (preventivo). Trata-se de mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema e um momento importante para avaliar se há existência de DST.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA
A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção que se inicia na vagina e que progride afetando o útero, e também as trompas e os ovários, se espalhando por uma grande área pélvica, mas que ainda pode se agravar e espalhar pelo abdômen.
Esta doença afeta principalmente as adolescentes e jovens sexualmente ativas, com vários parceiros sexuais, que não usam camisinha e que mantém o hábito de lavar internamente a vagina.
A DIP pode ser classificada de acordo com a sua gravidade como sendo:
Estádio 1: Inflamação do endométrio e das trompas, mas sem infecção do peritôneo;
Estádio 2: Inflamação das trompas com infecção do peritôneo;
Estádio 3: Inflamação das trompas com oclusão tubária ou comprometimento tubo-ovariano, e abscesso íntegro;
Estádio 4: Abscesso tubo-ovariano roto, ou secreção purulenta na cavidade.
A doença inflamatória pélvica pode ser considerada uma doença sexualmente transmissível, mas nem sempre é, pois muitas vezes ela está relacionada com a endometriose, que é uma doença em que o tecido do endométrio cresce fora do útero.
Sintomas
A doença inflamatória pélvica pode ser muito sutil, e nem sempre a mulher consegue perceber seus sinais e sintomas, o que não diminui a sua gravidade, e que permite que os micro-organismos envolvidos continuem se multiplicando, afetando tecidos cada vez mais distantes do canal vaginal. Em alguns casos podem surgir os seguintes sintomas:
Febre igual ou superior a 38ºC;
Dor no ventre, durante a sua palpação;
Sangramento vaginal fora da menstruação ou após a relação sexual;
Corrimento vaginal amarelado ou esverdeado com mau cheiro;
Dor durante o contato íntimo, principalmente durante a menstruação.
As mulheres que possuem mais chances de desenvolver esse tipo de inflamação são as que possuem entre 15 e 25 anos de idade, não usam camisinha em todas relações sexuais, que possuem diversos parceiros sexuais, e as que tem o hábito de usar a ducha vaginal, o que muda a flora vaginal facilitando o desenvolvimento de doenças.
Fatores de Risco
Algumas situações que podem causar uma Doença Inflamatória Pélvica podem ser:
Doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia ou outras;
Contaminação com germes durante parto;
Introdução de objetos contaminados na vagina durante a masturbação;
Aborto;
Colocação de DIU há menos de 3 semanas;
Biópsia do endométrio ou curetagem uterina.
O diagnóstico da doença inflamatória pélvica nem sempre é fácil mas pode ser feito através da realização de exames de sangue, ultrassonografia pélvica ou transvaginal. No exame de sangue, alguns resultados que ajudam a chegar a este diagnóstico são a Proteína C reativa ou velocidade de sedimentação globular elevada, e a infecção por gonococo ou clamídia, que estão entre as principais causas da DIP.
Tratamento
O tratamento para doença inflamatória pélvica pode ser feito com o uso de antibióticos por via oral ou por via intramuscular por cerca de 14 dias. Além disso, é importante o repouso, não haver contato íntimo durante o tratamento, nem mesmo com camisinha para dar tempo para os tecidos cicatrizarem, e a retirada do DIU, se for o caso.
Um exemplo de antibiótico para doença inflamatória pélvica é a Azitromicina, mas outros, como o Levofloxacino, Ceftriaxona, Clindamicina ou Ceftriaxona também podem ser indicados. Quando a paciente não apresenta melhora em 3 dias, possivelmente terá que ser internada no hospital.
Durante o tratamento é recomendado que o parceiro sexual também seja tratado mesmo que não tenha sintomas para evitar a recontaminação e a cirurgia pode ser necessária para tratar a inflamação das tubas uterinas ou para drenagem de abscessos.
A infertilidade e a gravidez ectópica, em que o feto cresce fora do útero, são as possíveis complicações em algumas mulheres que apresentam a Doença Inflamatória Pélvica crônica.
DONOVANOSE
É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que afeta a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus. Causa úlceras e destrói a pele infectada. É mais frequente no Norte do Brasil e em pessoas com baixo nível socioeconômico e higiênico.
Sinais e Sintomas
Os sintomas incluem caroços e feridas vermelhas e sangramento fácil. Após a infecção, surge uma lesão nos órgãos genitais que lentamente se transforma em úlcera ou caroço vermelho. Essa ferida pode atingir grandes áreas, danificar a pele em volta e facilitar a infecção por outras bactérias. Como as feridas não causam dor, a procura pelo tratamento pode ocorrer tardiamente, aumentando o risco de complicações.
Tratamento
O tratamento, com uso de antibióticos, deve ser prescrito pelo profissional de saúde após avaliação cuidadosa. Deve haver retorno após término do tratamento para avaliação de cura da infecção. É necessário evitar contato sexual até que os sintomas tenham desaparecidos e o tratamento finalizado.
HEPATITE VIRAIS
Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas quando aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Tipos de hepatites:
Hepatite A
Hepatite B
Hepatite C
Hepatite D
Hepatite E
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E, esse último mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.
Para saber se há a necessidade de realizar exames que detectem as hepatites observe se você já se expôs a algumas dessas situações:
Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (vírus A e E);
Transmissão sanguínea: praticou sexo desprotegido, compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B,C e D);
Transmissão sanguínea: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B,C e D)
No caso das hepatites B e C é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados no exame de sangue.
A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite (não possuindo potencial para formas crônicas). Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses.
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no país e ajuda a traçar diretrizes de políticas públicas no setor.
Sintomas
Em grande parte dos casos, as hepatites virais são doenças silenciosas, o que reforça a necessidade de ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam os vários tipos de hepatites. Geralmente, quando os sintomas aparecem a doença já está em estágio mais avançado. E os mais comuns são:
Febre;
Fraqueza;
Mal-estar;
Dor abdominal;
Enjoo/náuseas;
Vômitos;
Perda de apetite;
Urina escura (cor de café);
Icterícia (olhos e pele amarelados);
Fezes esbranquiçadas (como massa de vidraceiro).
HERPES
Herpes simples é uma infecção viral comum que pode ser caracterizada em dois tipos: herpes tipo 1 (HSV - 1) e herpes tipo 2 (HSV - 2).
O herpes tipo 1 é transmitido principalmente por contato oral - oral ocasionando feridas e pequenas bolhas ao redor dos lábios ou na cavidade interna da boca.
Já o herpes tipo 2 é uma infecção sexualmente transmissível que ocasiona feridas e bolhas na região genital.
A herpes é uma doença comum, mas não tem cura. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, Estima-se que 3,7 bilhões de pessoas com idade inferior a 50 anos tenham herpes tipo 1. Já no caso da herpes tipo 2, estima-se que 417 milhões de pessoas tenham o vírus na corrente sanguínea.
Tipos
Herpes Tipo 1 (HSV-1)
Normalmente associado a infecções dos lábios, da boca e da face. Esse é o vírus mais comum de herpes simples e muitas pessoas têm o primeiro contato com este vírus na infância. O HSV1 frequentemente causa feridas (lesões) nos lábios e no interior da boca, como aftas, ou infecção do olho (principalmente na conjuntiva e na córnea) e também pode levar a uma infecção no revestimento do cérebro (meningoencefalite). Pode ser transmitido por meio de contato com a saliva infectada.
Transmissão da Herpes tipo 1
Beijo
O beijo é uma das principais formas de transmissão da herpes simples. Isso porque durante o beijo há troca de saliva e o vírus da herpes pode ser transmitido durante a saliva. É importante ressaltar que o vírus da herpes não precisa estar ativo para que aconteça a transmissão, ou seja, não precisa haver uma ferida visível para que ele contamine uma pessoa.
Sexo Oral
O vírus da herpes tipo 1 também pode ser transmitido pelo sexo oral; mesmo que o contato seja genital-oral. Sendo assim, o vírus do herpes simples será transmitido para a área genital por meio do contato oral-genital, causando assim a herpes genital.
Uso Compartilhado de Utensílios
O vírus da herpes pode se alojar na superfícies cutânea, entorno da boca, lábios e cavidade oral. Quem compartilhar utensílios como talheres, beber água no mesmo copo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, Indivíduos que já possuem infecção por herpes oral por HSV-1 provavelmente não serão posteriormente infectados com HSV-1 na área genital.
Herpes tipo 2
Normalmente transmitido sexualmente, o HSV-2 provoca coceira e bolhas ou mesmo úlceras e feridas genitais. Entretanto, algumas pessoas com HSV-2 não apresentam quaisquer sinais (latência). A infecção cruzada dos vírus de herpes do tipo 1 e 2 pode acontecer se houver contato oral-genital. Isto é, pode-se pegar herpes genital na boca ou herpes oral na área genital.
Transmissão da Herpes tipo 2
Relação Sexual
O vírus da herpes tipo 2 é uma infecção sexual transmissível ocasionada pelo contato sexual desprotegido. Isso porque o vírus pode se concentrar no sêmen, secreções vaginais e saliva.
É mais difícil se contaminar com o vírus da herpes tipo dois por compartilhamento de objetos. O motivo é que esse vírus não consegue sobreviver muito tempo fora do corpo. Logo, sua transmissão se dá, na maioria das vezes, por troca de fluídos.
Transmissão de Herpes da mãe pro bebê
O vírus da herpes também pode ser transmitido da mãe para o bebê durante a gravidez, no momento do parto e após o parto. Veja a seguir as formas de transmissão
Fatores de Risco
A probabilidade de infecção por HSV-1 na infância é maior dentre aquelas que convivem em piores condições de higiene e saúde. Os adultos já adquirem uma certa resistência contra esse tipo de vírus.
Já o HSV-2 é transmitido sexualmente, configurando-se, portanto, como uma doença sexualmente transmissível (IST). Neste caso, adultos são mais propensos a adquiri-lo do que crianças.
Em ambos os casos, entrar em contato com uma pessoa infectada aumenta consideravelmente o risco de contágio. Além disso, outros fatores, como traumatismo, estresse, exposição prolongada ao sol e menstruação favorecem o aparecimento de recidivas.
Sintomas
Na maioria das vezes, a infecção pelo vírus da herpes simples é assintomática. De forma que a maioria das pessoas que têm o vírus da herpes tipo 1 desconhecem que estão infectadas.
As feridas nos lábios são comumente referidas como "feridas frias". As pessoas infectadas geralmente experimentam uma sensação de formigamento, prurido ou queimação em sua boca, antes do aparecimento de feridas. Após a infecção inicial, as bolhas ou úlceras podem periodicamente se repetir. A frequência das recorrências varia de pessoa para pessoa.
Pequenas bolhas, aftas ou úlceras geralmente na boca, nos lábios, nas gengivas ou nos genitais
Nódulos linfáticos aumentados no pescoço ou na virilha (geralmente somente no momento inicial da infecção)
Herpes de boca
Febre, especialmente durante o primeiro episódio de infecção
Lesões genitais ou mesmo orais podem começar com uma sensação de queimação ou formigamento.
O herpes genital causado pelo HSV-1 pode ser assintomático ou pode ter sintomas leves que não são reconhecidos. Quando os sintomas ocorrem, o herpes genital é caracterizado por 1 ou mais bolhas ou úlceras genitais ou anais. Após um episódio inicial de herpes genital, que pode ser grave, os sintomas podem se repetir, mas o herpes genital causado pelo HSV-1 geralmente não se repete com freqüência.
Sintomas da Herpes tipo 2
Muitas vezes, as pessoas não sabem que foram infectadas com os vírus do herpes genital, porque é comum que a doença não manifeste sinais ou sintomas. Mas pode acontecer de a pessoa presenciar alguns sintomas característicos:
Dores e irritação que surgem de dois a dez dias após o contágio
Manchas vermelhas e pequenas bolhas esbranquiçadas que costumam surgir dias após a infecção
Úlceras na região dos genitais, que podem até mesmo sangrar e causar dor ao urinar
Cascas que se formam quando as úlceras cicatrizam
Tratamento
Alguns casos de herpes são leves e não precisam de tratamento a não ser tratamentos tópicos. Mas pessoas que têm surtos graves ou prolongados (principalmente se for o primeiro episódio de infecção), que têm problemas no sistema imunológico ou aquelas que têm recorrência frequente talvez precisem fazer uso de medicamentos antivirais.
Pacientes com recorrências graves ou frequentes de herpes oral ou genital podem optar por continuar com os medicamentos antivirais para reduzir a frequência e a gravidade dessas recorrências.
Complicações Possíveis
Apesar de não ser uma doença grave, a herpes simples não tratada pode levar a algumas complicações de saúde, como:
Erupção variceliforme (herpes espalhada pela pele)
Encefalite
Infecção do olho
Infecção da traqueia
Meningite
Pneumonia
Infecção prolongada grave em indivíduos imunossuprimidos
INFECÇÃO PELO VÍRUS T-LINFOTRÓFICO HUMANO (HTLV)
A doença é causada pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV), que infecta as células de defesa do organismo, os linfócitos T. O HTLV foi o primeiro retrovírus humano isolado (no início da década de 1980) e é classificado em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II.
Contágio
A transmissão desse vírus se dá pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da mãe infectada para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), principalmente pelo aleitamento materno. Evitar a doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com ninguém. O preservativo está disponível gratuitamente na rede pública de saúde.
Sinais e Sintomas
A maioria dos indivíduos infectados pelo HTLV não apresentam sintomas durante toda a vida. Mas um pequeno grupo dos infectados pode desenvolver manifestações clínicas graves, como alguns tipos de câncer, além de problemas musculares (polimiosite), nas articulações (artropatias), nos pulmões (pneumonite linfocítica), na pele (dermatites diversas), na região ocular (uveíte), além da síndrome de Sjögren, doença autoimune que destrói as glandulas que produzem lágrima e saliva.
Tratamento
Como o risco do desenvolvimento da doença associado ao HTLV é muito baixo, não há tratamento específico para a infecção. O paciente deve ser acompanhado em serviço de saúde especializado, para diagnosticar e tratar precocemente doenças que podem estar associadas.
LINFOGRANULOMA VENÉREO
O linfogranuloma venéreo, também chamado de mula, é uma doença sexualmente transmissível causada por três cepas diferentes da bactéria Chlamydia trachomatis, havendo a formação de feridas indolores e cheias de líquido na região íntima e que nem sempre são percebidas.
Essa doença é transmitida por via sexual, por isso é importante usar a camisinha em todos os contatos íntimos, bem como ter atenção à higienização da região íntima após a relação sexual. O tratamento normalmente é feito com o uso de antibióticos, que devem ser recomendados pelo médico de acordo com o perfil de sensibilidade do microrganismo e sintomas apresentados pelo paciente.
Sintomas
Os sintomas do linfogranuloma venéreo surgem entre 3 e 30 dias após a infecção e o principal sintoma é a presença de feridas cheias de líquido e indolores na região íntima e normalmente desaparecem sozinhas depois 3 a 5 dias. No entanto, voltam a surgir com aspecto inflamado, com pus e sangue. Outros sintomas do linfogranuloma venéreo são:
Febre;
Mal-estar;
Vômitos;
Dor de cabeça, nas costas e nas articulações,
Falta de apetite;
Emagrecimento;
Suor noturno;
Inflamações no reto;
Inchaço doloroso na virilha.
Caso os sintomas não sejam identificados e a doença tratada rapidamente ou da maneira correta, podem surgir algumas complicações, como por exemplo linfedema peniano e escrotal, hiperplasia intestinal, hipertrofia vulvar e proctite, que é a inflamação da mucosa que reveste o reto e que pode acontecer caso a bactéria tenha sido adquirida por meio do sexo anal.
Transmissão
O linfogranuloma venéreo pode ser adquirido por meio do contato íntimo sem preservativo, sendo, portanto, considerada uma doença sexualmente transmissível. O diagnóstico é feito por meio da análise dos sintomas e exames de sangue que identificam os anticorpos contra Chlamydia trachomatis, bem como a cultura de secreção da ferida, que pode ser útil para identificar o microrganismo e verificar qual o melhor antibiótico para ser usado como tratamento.
SÍFILIS
Sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Treponema pallidum.
Normalmente a sífilis apresenta fases distintas com sintomas específicos (sífilis primária, secundária e terciária) que é intercalada por períodos latentes. Por isso, ela é conhecida por ser um mal silencioso e requer cuidados.
Neste conteúdo vamos explicar os tipos e estágios da sífilis, como ela se manifesta, se o quadro tem cura e como preveni-la.
Tipos
A sífilis é classificada de acordo com o seu estágio de infecção. Entenda melhor a seguir:
Sífilis Primária
A sífilis primária é a que ocorre assim que há a infecção pela bactéria Treponema pallidum. Cerca de três a quatro dias após o contágio, formam-se feridas indolores (cancros) no local da infecção, normalmente na região genital. Não é possível observar mais sintomas e ela pode passar despercebida, principalmente se as feridas estiverem situadas no reto ou no colo do útero. As feridas da sífilis desaparecem em cerca de até 10 dias, mesmo sem tratamento. A bactéria torna-se dormente (inativa) no organismo nesse estágio.
Sífilis Secundária
A sífilis secundária acontece cerca de duas a oito semanas após as primeiras feridas se formarem. Aproximadamente 33% daqueles que não trataram a sífilis primária desenvolvem o segundo estágio. Aqui, o paciente pode apresentar vermelhidão pelo corpo (exantema), coceira, aparecimento de íngua (gânglios inchados) nas axilas e pescoço.
Aparecem também sintomas como dores musculares, febre, dor de garganta e dificuldade para deglutir. Esses sintomas geralmente somem sem tratamento após umas duas semanas e, mais uma vez, a bactéria fica inativa no organismo. Nesta fase o vírus ainda é transmissível ao se ter contato com a região da infecção.
Sífilis Terciária
Esta é a sífilis mais difícil de ser detectada, pois têm sintomas em grandes vasos (como a aorta), cérebro, olhos, coração, juntas e até mesmo dentro do sistema nervoso. Ai ela pode causar dor de cabeça, epilepsia, e é um diagnóstico um pouco mais complicado.
Sífilis Latente
Esse é o período correspondente ao estágio inativo da sífilis, em que não há sintomas. Esse estágio pode perdurar por muito tempo sem que a pessoa sinta nada. A doença pode nunca mais se manifestar no organismo, mas pode ser que ela se desenvolva para o próximo estágio, o terciário – e mais grave de todos.
Sífilis Congênita
A sífilis pode, ainda, ser congênita. Nela, a mãe infectada transmite a doença para o bebê, seja durante a gravidez, por meio da placenta, seja na hora do parto. A maioria dos bebês que nasce infectado não apresenta nenhum sintoma da doença. No entanto, alguns podem apresentar rachaduras nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Mais tarde, a criança pode desenvolver sintomas mais graves, como surdez e deformidades nos dentes.
Causas
A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema Pallidum, que é geralmente transmitida via contato sexual e que entra no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas mucosas.
Só é contagiosa nos estágios primário e secundário e, às vezes, durante o início do período latente. Raramente, a sífilis pode ser transmitida pelo beijo.
Fatores de Risco
Alguns fatores são considerados de risco para contrair sífilis. Confira:
Manter relações sexuais desprotegidas com uma ou mais pessoas
Estar infectado com o vírus do HIV, causador da Aids.
Sintomas
A sífilis desenvolve-se em diferentes estágios, e os sintomas variam conforme a doença evolui. No entanto, as fases podem se sobrepor umas às outras. Os sintomas da sífilis, portanto, podem seguir ou não uma ordem determinada. Veja os sintomas de cada estágio:
Sintomas da Sífilis Primária
O principal sintoma da sífilis primária é a formação de feridas indolores (cancros) no local da infecção. Nem sempre é possível observar as feridas ou qualquer sintoma, principalmente se as feridas estiverem situadas no reto ou no colo do útero. As feridas desaparecem em cerca de quatro a seis semanas depois, mesmo sem tratamento.
Sintomas da Sífilis Secundária
Os principais sintomas da sífilis secundária são:
Vermelhidão da pele (exantema), que pode se estender até para as mãos
Aparecimento de gânglios inchados nas axilas e pescoço
Dores musculares
Febre
Dor de garganta
Dificuldade para engolir
Aumento do fígado e baço.
Meningite
AVC
Sintomas de demência
Perda de coordenação
Formigamento
Cegueira ou problemas de visão
Problemas cardiovasculares.
Sintomas da Sífilis Terciária
Esse estágio da sífilis aparece quando a doença não foi tratada antes e ataca outras regiões do corpo como grandes vasos (como a aorta), cérebro, olhos, coração, juntas e até mesmo dentro do sistema nervoso. Os sintomas da sífilis terciária variam muito, mas podem incluir:
Sintomas da Sífilis Latente
Esse é o período correspondente ao estágio inativo da sífilis, em que não há sintomas.
Sintomas da Sífilis Congênita
A maioria dos bebês que nasce infectado pela sífilis não apresenta nenhum sintoma da doença. No entanto, alguns podem apresentar erupções na pele nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Mais tarde, a criança pode desenvolver sintomas mais graves, como surdez e deformidades nos dentes.
Tratamento
Quando diagnosticada precocemente, a sífilis não costuma causar maiores danos à saúde e o paciente costuma ser curado rapidamente.
O tratamento para sífilis mais indicado pelos médicos é feito à base de penicilina, um antibiótico comprovadamente eficaz contra a bactéria causadora da doença. Uma única injeção de penicilina já é o bastante para impedir a progressão da sífilis, principalmente se ela for aplicada no primeiro ano após a infecção. Se não, o paciente poderá precisar de mais de uma injeção.
A penicilina, aliás, é o único tratamento recomendado por especialistas para mulheres grávidas diagnosticadas com sífilis. Mesmo que o tratamento nesses casos seja bem-sucedido, o bebê também deverá ser tratado com antibióticos depois de nascer.
Durante o primeiro dia de tratamento, o paciente poderá sentir aquilo que os médicos chamam de reação de Jarisch-Herxheimer, que inclui uma série de sintomas, como febre, calafrios, náuseas, dores nas articulações e dor de cabeça. A boa notícia é que esses sintomas não costumam demorar mais do que um dia.
Durante o tratamento da sífilis, o paciente deverá fazer visitas regulares ao médico para garantir que está tudo bem.
É necessária a realização de exames de sangue de acompanhamento após três, seis, 12 e 24 meses para garantir que não há mais infecção. O médico poderá solicitar, também, que o paciente faça um exame específico para HIV, para garantir que o paciente não desenvolverá complicações mais graves por causa do vírus da Aids. A atividade sexual deve ser evitada até que o segundo exame mostre que a infecção foi curada. A sífilis é extremamente contagiosa por meio do contato sexual nos estágios primário e secundário.
Fonte: Minha Vida, GIV, Tua Saúde
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