O Titanic foi um navio que afundou em 1912 e matou entre 1490 e 1635 pessoas. Vamos conhecer um pouco sobre ele, sobre o navio, tripulantes e passageiros e sobre o problema que causou pra ele afundar, o resgate... TUDO.
SOBRE O NAVIO
O Titanic tinha 269 metros de comprimento, 28 metros de largura e 53 metros de altura. Sua arqueação era de aproximadamente 46 mil toneladas, por volta de mil toneladas a mais que o Olympic. Ele operava com uma tripulação de 892 pessoas e podia transportar até 2435 passageiros dispostos em três classes. Além disso, a embarcação também carregava correio e por isso recebeu o prefixo Royal Mail Ship (RMS). Ao todo, o Titanic custou 7,5 milhões de dólares em valores da época. O navio era dividido em dez conveses, sendo o maior navio transatlântico construído até então. O convés mais alto era chamado de "convés superior" ou "convés dos botes" e era onde ficavam os botes salva-vidas, alojamento dos oficiais e a ponte de comando. Abaixo estavam os conveses de A a G, todos destinados aos passageiros com exceção do último, que também abrigava compartimentos de carga. Mais abaixo ficavam mais compartimentos de carga, a casa das máquinas, caldeiras, alojamentos da tripulação e as reservas de suprimentos.
SUA CONSTRUÇÃO
Os planos finais foram concluídos no outono de 1908 e os materiais e suprimentos necessários para a construção foram encomendados pela Harland and Wolff. O Olympic e o Titanic seriam construídos lado a lado. Um novo pórtico de 256 metros de comprimento por 52 metros de altura precisou ser construído para acomodá-los já que nenhuma outra estrutura existente era grande o bastante para o trabalho. Havia também um guindaste especial com setenta metros de altura. A construção do Olympic começou 16 de dezembro de 1908 com o batimento de sua quilha, recebendo o casco de número 400.
A construção do Titanic começou quatro meses depois em 22 de março de 1909, com seu casco tendo o número 401. Para poder diferenciar os dois irmãos, o Olympic foi construído com seu casco inteiramente branco enquanto o Titanic foi construído com um casco preto. Os trabalhos de armação de sua estrutura progrediram em um bom ritmo e foram completados no início de 1911. Seu casco era formado por aproximadamente duas mil placas de aço medindo três metros de comprimento por dois metros de largura e uma espessura entre 2,5 a 3,8 centímetros. Essas placas eram mantidas unidas por mais de três milhões de rebites.
Até esse momento o Titanic era apenas um enorme casco vazio sem nenhum equipamento ou instalação interna. Seu lançamento ao mar ocorreu no dia 31 de maio de 1911, aniversário de Pirrie. Mais de cem mil pessoas estavam presentes para testemunhar a ocasião, como funcionários do estaleiro com suas famílias, habitantes de Belfast, visitantes, jornalistas e algumas personalidades importantes vindas diretamente da Inglaterra. O navio deslizou para a água de seu pórtico com a ajuda de vinte toneladas de sebo, óleo, graxa e sabão que foram passados por todas as cunhas que o mantinham no lugar. Ele não foi batizado com o tradicional estouro de uma garrafa de champanhe pois nunca tinha sido um hábito da Harland and Wolff, apesar de Pirrie ter suas reservas já que na opinião dele isso poderia causar superstições entre os passageiros e tripulantes.
Depois do lançamento, o Titanic parou com a ajuda de seis âncoras. Três amarras de aço pesando cada uma oitenta toneladas foram presas em seu casco e ele foi rebocado para uma doca seca com a ajuda de cinco rebocadores. Os jornalistas e convidados especiais da White Star Line foram depois do evento levados para um almoço especial no Grand Central Hotel. No cardápio estavam nada menos que seis pratos principais diferentes e cinco sobremesas. Ismay deixou o almoço mais cedo para poder embarcar no Olympic e participar de seus testes marítimos.
Logo depois se iniciou seu processo de equipagem. Mais de três mil profissionais (mecânicos, eletricistas, encanadores, carpinteiros, pintores, decoradores, etc.) trabalharam de junho de 1911 até março de 1912 equipando o Titanic com as mais recentes tecnologias e inovações navais e instalando suas suntuosas mobílias e elementos decorativos. Durante esse período a White Star anunciou em 18 de setembro de 1911 que a embarcação realizaria sua viagem inaugural em 20 de março de 1912.
Entretanto, o Olympic acabou colidindo em 20 de setembro de 1911 com o cruzador HMS Hawke. O Titanic teve de ser retirado de sua doca seca para que seu irmão pudesse realizar seus reparos. Parte de seus trabalhadores também foram temporariamente transferidos para os consertos do Olympic, atrasando significativamente a equipagem de seu interior. A White Star Line foi forçada a adiar sua viagem inaugural para o dia 10 de abril de 1912. O Titanic foi levado de volta para sua doca em novembro quando as obras de seu irmão foram concluídas e os trabalhos continuaram no mesmo ritmo de anteriormente. Suas quatro chaminés foram instaladas em janeiro de 1912, enquanto no mês seguinte suas três hélices de bronze foram colocadas em seus devidos lugares; as hélices laterais de três lâminas tinham mais de sete metros de diâmetro e pesavam 38 toneladas, enquanto a hélice central de quatro lâminas media mais de cinco metros de diâmetro e pesava 22 toneladas. A equipagem foi completada em março de 1912 e a embarcação foi registrada no dia 24 do mesmo mês tendo Liverpool como seu porto de origem, apesar dele nunca ter chegado a navegar em suas águas.
INSTALAÇÕES
O Titanic fornecia aos seus passageiros as instalações mais luxuosas e confortáveis do que qualquer outro navio contemporâneo. As instalações da primeira classe iam desde o convés dos botes até o convés E e incluíam um ginásio com os equipamentos mais modernos da época, quadra de squash, sala de fumar decorada com uma lareira e pinturas de Norman Wilkinson, restaurante à la carte, dois cafés decorados com palmeiras, piscina coberta, banhos turcos, sala de leitura com mobílias de mogno e vitrais e convés de passeio coberto. Suas cabines eram igualmente luxuosas, com algumas tendo até casas de banho particulares (uma coisa rara na época) e com duas delas inclusive possuindo seu próprio convés de passeio privado. Conectando todas as cabines e instalações estavam duas grandes escadarias, uma entre a primeira e segunda chaminés e a outra entre a terceira e quarta, que eram cobertas por uma enorme cúpula de vidro. A escadaria dianteira era adornada por um relógio entalhado chamado de "Honra e Glória Coroando o Tempo" e era servida também por três elevadores que iam do convés A ao E.
No convés D a grande escadaria dava para uma enorme sala de jantar.
Os passageiros de segunda classe desfrutavam de acomodações equivalentes a primeira classe de outras embarcações. Suas instalações ficavam na parte traseira do convés B até o G, e incluíam uma escadaria com elevador, sala de fumar, biblioteca, sala de jantar e também seu próprio convés de passeio coberto. A terceira classe também fornecia acomodações e instalações muito boas quando comparadas a outros navios, com cabines possuindo beliches para entre 4 a 8 pessoas e também pequenos dormitórios para homens solteiros. Ela também tinha sua própria sala de jantar e cozinha (a primeira e segunda classe dividiam a mesma cozinha), com os passageiros tendo a sua disposição duas áreas comuns e uma sala de fumar no convés da popa.
PASSAGEIROS
O Titanic partiu em sua primeira e única viagem com 1316 passageiros a bordo: 325 na primeira classe, 285 na segunda e 706 na terceira. Deles, 922 embarcaram em Southaptom, 274 em Cherbourg-Octeville na França e 120 em Queenstown na Irlanda. Na primeira classe estavam os passageiros mais ricos do navio, dentre eles empresários, artistas, oficiais militares, políticos e outros. Em muitos casos eles viajaram com várias malas de bagagem e um ou mais criados particulares. Dentre as personalidades que viajaram na primeira classe durante a viagem inaugural do Titanic pode-se destacar Joseph Bruce Ismay, presidente da White Star Line, e Thomas Andrews, um dos engenheiros do navio. Ambos viajaram a fim de observar possíveis defeitos que poderiam ocorrer e melhorias que poderiam ser aplicadas no Titanic. O passageiro mais rico a bordo era John Jacob Astor IV, um militar, escritor, inventor e empresário norte-americano, que viajava junto de sua esposa Madeleine. Outros passageiros detentores de grandes fortunas incluiam Margaret Brown, Benjamin Guggenheim, Jacques Futrelle, Cosmo Duff-Gordon, Archibald Gracie e o tenista Richards Norris Williams. Archibald Butt, um dos assessores do presidente William Howards Taft, também fez a travessia a bordo do Titanic para retornar aos Estados Unidos a fim de se preparar para as eleições presidenciais. John Pierpont Morgan, banqueiro e empresário norte-americano, também deveria ter viajado no Titanic, porém desistiu de última hora para comemorar o aniversário de sua amante em Aix-les-Bains na França.
A segunda classe era mais diversificada e incluía empresários, professores, clérigos e imigrantes, por vezes ricos, que retornavam ao seu país natal. Dentre eles é possível destacar Lawrence Beesley, um jornalista e escritor britânico que depois do naufrágio publicaria um dos primeiros relatos do desastre, The Loss of the SS Titanic. Também na segunda classe estava a família Navratil: o pai Michel e os filhos bebês Michel Marcel e Edmond. Eles foram registrados ao embarcarem como "família Hoffman" e para os outros passageiros eram um pai viúvo com seus dois filhos pequenos. Entretanto, Michel Navratil na verdade havia perdido a custódia das crianças para sua ex-esposa mas decidiu fugir com eles para os Estados Unidos; Michel morreu no naufrágio, porém Michel Marcel e Edmond sobreviveram e ficaram conhecidos como os "órfãos do Titanic".
Por fim, a terceira classe era onde estavam os imigrantes. Eram pessoas que muitas vezes viajavam em grandes grupos familiares de até doze membros. Eles vinham de diferentes partes da Europa como Escandinávia, Leste Europeu, Irlanda e até mesmo da Ásia. Antes do embarque todos foram sujeitos a controles sanitários pois os regulamentos de imigração norte-americana eram bem rigorosos para evitar contaminação. A terceira classe era a única a ser obrigada a passar por esses exames, também estando previsto que novas examinações fossem realizadas assim que chegassem a Nova Iorque.
TRIPULAÇÃO
Dentre as quase novecentas pessoas que faziam parte da tripulação do Titanic, 66 pertenciam a tripulação de convés (oficiais, marinheiros, vigias e quartel-mestres), 325 eram mecânicos (carvoeiros, foguistas, graxeiros e especialistas), e por fim 494 eram membros da equipe de atendimento (comissários, mordomos, cozinheiros, operadores de rádio, etc.)
O comandante do navio era o capitão Edward Smith, o mais respeitado oficial da White Star Line e um capitão extremamente popular entre os passageiros da primeira classe, tendo comandado todos os maiores e mais novos navios da companhia desde 1904. Henry Wilde de última hora chegou para ser o oficial chefe e o segundo no comando do Titanic, causando uma mudança na hierarquia dos oficiais. Isso fez com que os três oficiais mais graduados da embarcação fossem os mesmos que haviam trabalhado no Olympic (com o terceiro sendo o primeiro oficial William Murdoch). Além deles, também estavam a bordo o segundo oficial Charles Lightoller, terceiro oficial Herbert Pitman, quarto oficial Josheph Boxhall, quinto oficial Harold Lowe e sexto oficial James Moody. Eles eram os encarregados de comandar a tripulação do convés e garantir o andamento e bom funcionamento de toda a embarcação. Eles eram auxiliados por quartel-mestres que cuidavam da roda do leme, os vigias que trabalhavam no cesto de gávea e os marinheiros que ficavam na manutenção dos diversos dispositivos a bordo.
A equipe de mecânicos trabalhava nas entranhas do navio. Sob o comando do engenheiro chefe Joseph Bell, eram os responsáveis por cuidar da sala de máquinas e manter o Titanic em funcionamento. As 29 caldeiras eram alimentadas por trezentos foguistas que atuavam em condições terríveis. Pouquíssimos membros da equipe sobreviveram ao naufrágio.
Por fim, a equipe de atendimento era bem mais diversa e a que realizava o trabalho mais comum. A maioria eram comissários acompanhados por alguns recepcionistas, porém também incluía os cozinheiros. Suas funções eram de cuidar das cabines e instalações do navio, além de atender os passageiro. Na direção de todos os tripulantes de atendimento estava o comissário de bordo chefe Hugh McElroy, responsável também por atender quaisquer queixas que os passageiros tivessem. Os dois operadores do rádio sem fio, Jack Phillips e Harold Bride também são incluídos como parte dessa tripulação.
O Titanic também empregava um orquestra formada por um trio e um quinteto liderado pelo violinista Wallace Hartley. Eles tocavam na primeira e segunda classe, entrando na história como heróis por terem continuado a tocar durante todo o naufrágio sem tentarem se salvar. Os músicos não eram considerados parte da tripulação e foram contados como passageiros da segunda classe.
HISTÓRIA CONTADA PELA MÍDIA
Partida
O Titanic deixou o porto de Southampton às 12h15min do dia 10 de Abril de 1912 com 953 passageiros a bordo, 29 dos quais desembarcariam antes do navio seguir para Nova Iorque. A bordo estavam pessoas de quarenta nacionalidades diferentes. Ao partir a embarcação passou perto do SS New York, que estava atracado no cais. A sucção das hélices do Titanic fez com que as amarras que prendiam o New York se soltassem, e ele rapidamente começou a se aproximar do navio maior. Smith deu ordem para que as máquinas entrassem em ré a fim criar um efeito que empurrasse o New York para longe. Os rebocadores do porto conseguiram parar o New York e impedir uma colisão, porém os dois navios chegaram a ficar a menos de dois metros de distância um do outro. Esse incidente fez com que o Titanic deixasse Southampton com uma hora de atraso.
Em seguida ele foi para Cherbourg-Octeville na França, chegando às 18h35min. 22 passageiros desembarcaram e outros 274 subiram a bordo, em sua maioria da primeira classe. Já que a embarcação era muito grande para entrar no porto da cidade, o transporte dos passageiros foi realizado por dois barcos auxiliares: o SS Nomadic e o SS Trafic. O navio deixou Cherbourg às 20h10min.
O Titanic então rumou para Queenstown na Irlanda, chegando às 11h30min do dia seguinte. Sete passageiros desceram e 120 embarcaram, principalmente imigrantes da terceira classe que pretendiam tentar a vida nos Estados Unidos. O navio deixou Queenstown às 13h30min e iniciou sua travessia transatlântica para Nova Iorque com 1316 passageiros e 889 tripulantes. Desde o naufrágio muitas vezes se afirmou que o capitão Smith planejava se aposentar ao final da viagem; entretanto, não existem evidências concretas que essa era realmente sua intenção enquanto outras fontes sugerem que a White Star Line planejava mantê-lo no comando do Titanic até o lançamento do Britannic, então agendado para 1914.
Naufrágio
O Titanic já havia percorrido mais de 2 500 quilômetros por volta da noite de 14 de abril. Dentre os avisos de gelo recebidos durante o dia estava um do SS Californian. Às 22h55min, o Californian enviou um outro aviso para todos os navios próximos, inclusive para o Titanic. Porém, Jack Phillips interrompeu o operador da outra embarcação e o mandou calar a boca para que pudesse continuar enviando mensagens dos passageiros para o continente. Logo depois disso o operador de rádio do Californian desligou seus equipamentos e foi dormir, já que não era costume manter os operadores trabalhando durante a noite.
Por volta das 23h30min, o Titanic estava viajando a pouco mais de 21,5 nós (41 km/h), com a maioria dos passageiros já estando dormindo ou retirados em suas cabines. Neste momento na ponte de comando estavam de serviço o primeiro oficial Murdoch e o sexto oficial Moody, enquanto na roda do leme estava o quartel-mestre Robert Hichens. No cesto de gávea no mastro principal estavam os vigias Frederick Fleet e Reginald Lee. Era uma noite escura, não havia nuvens nem Lua no céu e a água estava completamente calma; atualmente sabe-se que uma água extremamente calma como aquela encontrada pelo Titanic é um sinal da presença de icebergs por perto, porém isso não era de conhecimento dos marinheiros da época.
Fleet e Lee avistaram um iceberg diretamente na frente do navio à aproximadamente 23h40min. Fleet tocou o sino de alerta três vezes e telefonou para a ponte, informando Moody sobre o gelo. O sexto oficial repassou o aviso para Murdoch, que por sua vez ordenou uma parada total das máquinas e que Hichens virasse a embarcação para bombordo. Houve um atraso antes que quaisquer uma das ordens pudessem entrar em efeito: o mecanismo de manobra demorava até trinta segundos para mover o leme do Titanic, enquanto parar os motores também era uma tarefa que precisava de muito tempo para poder ser realizada.
O Titanic começou a virar quase quarenta segundos depois, porém isso não foi suficiente. O iceberg colidiu com o lado estibordo do navio, arranhando seu casco embaixo da linha d'água e fazendo com que pedaços de gelo caíssem nos conveses dianteiros. Murdoch ordenou uma virada para estibordo a fim de mudar o curso da popa e dessa forma evitar que o gelo danificasse toda a extensão do navio, também ativando o fechamento imediato das comportas estanques para tentar conter a água. Smith estava em sua cabine no momento da colisão, porém sentiu a vibração do navio e foi para a ponte, onde Murdoch lhe informou sobre o ocorrido. O capitão ordenou que todas as máquinas fossem desligadas e mandou chamar Thomas Andrews a fim de investigar as avarias.
O Titanic já estava começando a inclinar apenas minutos depois da colisão. Smith e Andrews foram para os conveses inferiores investigar os danos, descobrindo que os depósitos de carga, sala dos correios e quadra de squash já estavam inundadas, enquanto a sala das caldeiras nº 6 já tinha mais de quatro metros de água e a sala nº 5 também já estava começando a ser inundada. Estima-se que aproximadamente sete toneladas de água estavam entrando no navio por segundo, quinze vezes mais do que as bombas eram capazes de expelir. Em apenas 45 minutos, mais de treze mil toneladas de água já tinham entrado na embarcação. Andrews logo percebeu que o Titanic estava condenado; ele e Smith voltaram para a ponte, onde o engenheiro informou os oficiais sobre a situação, aconselhou o lançamento imediato dos botes salva-vidas e estimou que o navio afundaria em pouco mais de uma hora.
O impacto do iceberg havia entortado as placas de aço do casco e causado seis pequenas aberturas, com todas juntas equivalendo a uma área de pouco mais de um metro quadrado de todo o navio. A maior abertura tinha por volta de doze metros de comprimento e aparentemente seguiu a linhas das placas de aço. As placas na parte central do navio eram mantidas unidas por três fileiras de rebites feitos de aço de carbono, porém as placas da proa e popa ficavam presas por duas linhas de rebites feitos com ferro forjado, que segundo especialistas estavam no limite da tensão antes mesmo da colisão. Esse segundo tipo de rebite era mais propenso a sair do lugar em situações de grande tensão, ainda mais sob um frio extremo como na noite em que o Titanic afundou.
Acima da linha d'água, havia pouquíssimos sinais da colisão. Os comissários no salão de jantar da primeira classe haviam sentido um tremor, que eles pensaram ter sido causado pela quebra de uma das lâminas das hélices. Muitos passageiros da primeira e segunda classe sentiram uma batida ou tremor, porém não sabiam do que se tratava. Aqueles nos conveses inferiores, principalmente tripulantes e passageiros da terceira classe perto do local da colisão, sentiram o impacto da batida bem mais diretamente.
Primeiras ações
Às 0h05min já do dia 15 de abril, Smith deu ordem para que os botes fossem preparados e os passageiros acordados. Ele ordenou que Phillips e Bride começassem a enviar pedidos de socorro, que erroneamente direcionaram os navios de resgate para uma posição 21 km distante de onde o Titanic realmente estava. Os comissários de bordo logo foram bater de porta em porta chamando os passageiros e pedindo para que eles fossem para o convés dos botes. O tratamento recebido dependia da posição social; os comissários da primeira classe cuidavam cada um de apenas algumas cabines, então eles podiam ajudar os passageiros a se vestirem e irem para o convés, enquanto os comissários da segunda e terceira classe tinham de percorrer várias cabines rapidamente, rudemente acordar os passageiros e mandá-los colocarem coletes salva-vidas. Apesar das ordens, muitos passageiros e tripulantes estavam relutantes em atender os pedidos, por não acreditarem que o Titanic estava em perigo ou por não quererem sair no frio da noite. Não foi dito que o navio estava afundando, porém algumas pessoas perceberam que ele estava inclinando.
No convés a tripulação iniciou o preparo dos botes, porém era difícil ouvir qualquer coisa devido ao barulho do vapor das caldeiras que estava sendo evacuado pelas chaminés. O som era tão alto que tiveram que usar sinais de mão para se comunicarem. Além disso, eles estavam mal preparados para uma emergência já que o treinamento com botes havia sido mínimo. Esses barcos supostamente estariam com suprimentos de emergência, porém muitos passageiros posteriormente descobriram que tinham recebido apenas provisões parciais, apesar dos esforços do padeiro chefe Charles Joughin e sua equipe. Nenhum exercício de emergência havia sido realizado no Titanic desde sua partida de Southampton. Tudo isso foi piorado pela aparente indecisão, insegurança e paralisia de Smith, que falhou em dar certas ordens, não organizou a tripulação e negligenciou informações cruciais sobre a real situação do navio.
Salva-vidas e botes
O preenchimento dos botes salva-vidas começou por volta dàs 0h20min. O segundo oficial Lightoller se dirigiu ao capitão e sugeriu que a evacuação fosse iniciada com as mulheres e crianças. Smith, ainda em estado de paralisia, concordou com a cabeça e disse "coloque as mulheres e crianças e abaixe-os". Lightoller assumiu o lançamento dos botes no lado bombordo enquanto Murdoch ficou encarregado do lado estibordo. Entretanto, os dois homens interpretaram as ordens de maneira diferente: o primeiro oficial entendeu que eram mulheres e crianças primeiro, enquanto o segundo oficial presumiu que eram mulheres e crianças apenas. Dessa forma, Lightoller lançava seus botes caso não houvesse nenhuma mulher por perto para embarcar, enquanto Murdoch por sua vez permitia a entrada de homens depois de embarcadas todas as mulheres e crianças. Nenhum dos dois sabia a capacidade exata dos barcos e temeram superlotá-los, assim vários botes foram abaixados com menos da metade de sua capacidade total.
Pouquíssimos passageiros estavam inicialmente dispostos a embarcar nos botes e os oficiais tiveram grande dificuldade em persuadi-los. Eles eram em sua enorme maioria membros da primeira classe. Ismay sabia da necessidade de urgência na evacuação e correu pelo lado estibordo do convés superior pedindo para as pessoas embarcarem. Algumas mulheres, casais e homens solteiros foram persuadidos a embarcar no bote nº 7, que foi o primeiro a ser lançado ao mar por volta dàs 0h45min com apenas 28 pessoas.
Nos conveses inferiores a situação era bem mais alarmante. Os tripulantes das salas das caldeiras nº 5 e 6 estavam lutando por suas vidas enquanto ao mesmo tempo tentavam impedir que o vapor das caldeiras não entrasse em contato com água congelante do oceano, algo que poderia ocasionar uma explosão. A sala da caldeira nº 4 começou a ser inundada por volta das 1h20min, inicialmente pelo chão, indicando que o iceberg possivelmente também danificou a parte inferior do casco. Mais para a popa, o engenheiro chefe Bell e seus colegas continuaram trabalhando nos geradores elétricos do navio a fim de manter as luzes e o rádio funcionando. Eles aparentemente permaneceram em seus postos até o fim, garantindo que o Titanic permanecesse iluminado até os minutos finais.
No convés superior o lançamento dos botes continuou com o de nº 6 às 0h55hmin, também com apenas 28 pessoas. Os barcos continuaram a serem abaixados em intervalos de alguns minutos em ambos os lados, porém a grande maioria estavam sem lotação total. O nº 5 tinha 41 pessoas, o nº 3 foi com 32, o nº 8 com 39 e o nº 1 com apenas 12 de uma capacidade total de 40. A evacuação não ocorreu calmamente e alguns passageiros se feriram. A descida dos botes também era perigosa, com o nº 6 quase sendo inundado por água que saia do navio e o nº 3 tendo seus turcos emperrados.
A seriedade da situação ficou aparente para os passageiros por volta dàs 1h20min, quando muitos começaram a se despedir e maridos a levar suas esposas para os botes. Fogos de artifício sinalizadores eram disparados periodicamente para tentar atrair a atenção de algum navio por perto enquanto os operadores de rádio continuavam a mandar pedidos de socorro CQD. Bride depois acabou sugerindo para Phillips que começassem a usar o recém instaurado SOS. Várias embarcações responderam aos chamados do Titanic, incluindo seu irmão Olympic, porém o mais perto era o RMS Carpathia, a 93 km de distância.
Até então, a grande maioria dos passageiros que tinham conseguido embarcar nos botes eram da primeira e segunda classes. Muito poucas pessoas da terceira classe tinham conseguido chegar ao convés superior, com a maioria se perdendo nos labirintos de corredores ou ficando presos atrás de grades que segregavam as acomodações da terceira classe daquelas da primeira e segunda. Aparentemente em pelo menos em alguns lugares, a tripulação do Titanic ativamente impediu que os passageiros da terceira classe escapassem, com barreiras trancadas e vigiadas por tripulantes a fim de impedir que as pessoas corressem para os botes.
À aproximadamente 1h30min, o Titanic estava adernando para bombordo e sua inclinação aumentando. Os botes restantes foram preenchidos rapidamente e com uma lotação mais próxima da capacidade total. O nº 11 foi lançado com cinco pessoas a mais do que podia carregar, quase sendo inundado por uma das saídas de exaustão das bombas. O nº 13 por muito pouco não teve o mesmo problema, porém enfrentou dificuldades em soltar suas cordas; ele acabou indo para embaixo do nº 15, que estava sendo abaixado, no entanto os ocupantes do barco conseguiram cortar as cordas em tempo. O pânico já estava se alastrando entre os passageiros, com o quinto oficial Lowe sendo forçado a disparar seu revólver no ar para impedir que pessoas pulassem em seu bote, o nº 14. O último barco lançado com sucesso foi o desmontável D às 2h05min com apenas 20 pessoas a bordo, com mais duas pulando nele enquanto estava sendo abaixado. A água já havia alcançado o convés dos botes e o castelo da proa estava totalmente submerso. Smith fez uma última inspeção pelo convés, liberou Bride e Phillips de suas funções e anunciou para a tripulação que "Agora é cada homem por si".
Momentos finais
O ângulo do Titanic começou a aumentar rapidamente por volta dàs 2h15min já que a água estava entrando em partes anteriormente intactas através de escotilhas abertas. O aumento súbito do ângulo criou uma onda que varreu a parte dianteira do convés dos botes, jogando várias pessoas na água. Aqueles que estavam tentando lançar os botes desmontáveis A e B também foram levados pela onda junto com os barco. A popa do navio se ergueu no ar enquanto a proa ficou totalmente submersa, com sobreviventes afirmando terem ouvido um enorme estrondo vindo de dentro da embarcação. Após mais um minuto as luzes do Titanic piscaram e se apagaram completamente, deixando todos na escuridão.
O navio estava sendo sujeito a forças opostas extremas – a proa inundada puxando-o para baixo enquanto o ar dentro da popa o mantinha na superfície – que se concentraram em uma das áreas mais fracas da superestrutura, a área perto da junta de expansão traseira. O navio se partiu em dois perto da terceira chaminé pouco depois das luzes terem se apagado. A proa permaneceu ligada com a popa pela quilha durante um curto período, puxando a segunda parte até um ângulo bem alto antes de se soltar, deixando a popa flutuando. Ela balançou enquanto vários compartimentos eram inundados até chegar a uma posição quase vertical, onde permaneceu por alguns momentos. O Titanic finalmente afundou por completo à aproximadamente 2h20min, duas horas e quarenta minutos depois da colisão.
Imediatamente em seguida, centenas de passageiros e tripulantes foram deixados para morrer no mar congelante, cercados por destroços que tinham se desprendido do navio e passaram a ser usados como boias. Algumas das pessoas morreram quase instantaneamente de um infarto agudo do miocárdio causado pelo repentino estresse no sistema cardiovascular. Outros progrediram pelos sintomas clássicos de hipotermia: primeiro tremores extremos pelo corpo, seguido pela diminuição e enfraquecimento dos batimentos cardíacos até a perda de consciência e por fim a morte.
Aqueles nos botes ficaram horrorizados pelo som das pessoas gritando e pedindo ajuda; o terceiro oficial Pitman no bote nº 5 mais tarde afirmaria que os gritos o traumatizaram pelo restante da vida. Muitos ocupantes debateram se deveriam voltar e resgatar os náufragos. Alguns botes que estavam perto do navio na hora do naufrágio conseguiram pegar algumas pessoas, como o nº 4 e o desmontável D. Em todos os outros os sobreviventes decidiram contra o retorno, provavelmente pelo medo de que os náufragos emborcassem os barcos. O único a voltar foi o nº 14 do quinto oficial Lowe, que transferiu os ocupantes de seu bote para outros dois e partiu em busca de sobreviventes, eventualmente resgatando cinco pessoas que tinham conseguido permanecer fora da água congelante.
Depois disso havia muito pouco o que os sobreviventes pudessem fazer além de esperar pelo resgate. O ar estava frio e muitos barcos tinham feito água. Os ocupantes não encontraram comida ou bebidas nos botes, com a maioria não tendo nenhuma fonte de luz. A situação era particularmente ruim no desmontável B, que havia emborcado e estava flutuando com mais de trinta pessoas em cima, dentre eles Lightoller e Bride.
Resgate
Os sobreviventes do Titanic finalmente foram resgatados a partir dàs 4h00min da manhã do dia 15 de abril pelo Carpathia, que havia corrido durante a noite em máxima velocidade e a um risco considerável, já que ele teve de desviar de vários icebergs no caminho. As luzes do navio de resgate haviam sido avistadas pela primeira vez às 3h30min, porém demorou muitas horas para que todos fossem recolhidos. Os homens do desmontável B conseguiram ser pegos por outros dois botes, porém um acabou morrendo antes deles chegarem no Carpathia. No desmontável A, mais da metade havia morrido durante a noite, e pela manhã os restantes também conseguiram embarcar em outro bote.
Os sobreviventes foram levados a bordo do Carpathia por diferentes meios. Alguns foram fortes o bastante para subirem uma escada de cordas até o convés, enquanto aqueles que estavam fracos e as crianças foram içados por cordas e sacos. O último bote resgatado foi o nº 12, que estava com 74 pessoas a bordo. Todos os sobreviventes já estavam no Carpathia por volta das 9h00min. Houve algumas cenas de alegria quando certas famílias e amigos se reencontraram, porém para a maioria a tristeza tomava conta com o final das esperanças de que entes queridos aparecessem.
Outros dois navios apareceram às 9h15min: o SS Mount Temple e o Californian, que durante a noite havia avistado um outro navio ao longe disparando fogos de artifício, porém seu operador de rádio havia desligado seus equipamentos e ido dormir, enquanto a tripulação ficou confusa sobre o significado dos fogos. O Carpathia estava originalmente indo para Fiume na Áustria-Hungria, porém já que ele não tinha meios de cuidar de todos os sobreviventes, o capitão Artur Rostron mandou que sua embarcação virasse e voltasse para Nova Iorque onde todos poderiam receber os devidos cuidados.
A TEORIA DO QUE REALMENTE ACONTECEU
Depois de muito tempo que se passou o Titanic, os cientistas descobriram o que aconteceu com o Titanic e a história verdadeira é diferente do que eu contei lá em cima. Vamos então no dia 14 de abril de 1912 ás 23:40, o horário que o Titanic sofreu o acidente, um acidente grave que fez o navio afundar 3 horas depois do ocorrido, afundando o navio ás 02:20 da madrugada, então no início da manhã do dia 15 de abril o maior navio daquela época já tinha sido engolido pelo Oceano Atlântico, Oceano conhecido pelas suas águas geladas, a causa do acidente foi um gigantesco iceberg ou pelo menos foi o que a mídia contou para gente, mais será que foi isso mesmo que aconteceu naquele dia?
Anos depois os cientistas descobriram uma teoria, uma teoria que foi escondida a mais de 100 anos, vamos falar sobre essa teoria, cabe a você acreditar ou não.
Então vamos lá
O Titanic tinha 269 metros de comprimento, 28 metros de largura, 71 metros de altura, incluindo 2 mastros e o seu peso era de 48 mil toneladas. O Titanic era considerado praticamente como indestrutível, o navio era tão grande que os empregados demoraram 2 semanas para decorar o navio inteiro. Como um grande navio, tinha muita coisa pra fazer, como cinema, piscina... Entre outros. Ele tinha 4 chaminés cada uma pesava 60 toneladas e não foi nada barato pra se produzido, custou 7,5 milhões de dólares, a empresa do Titanic contratou mais de 3000 homens para a construção, mesmo trabalhando 6 dias por semana o navio demorou 26 meses para ficar pronto. A construção foi bem difícil e perigosa, colocando a vida dos funcionários em risco, tanto é que durante a construção 8 pessoas morreram, por que imagina aí trabalhar num prédio de 20 andares sem nenhuma proteção, foi assim que eles trabalharam pra construir o Titanic. E na época os trabalhadores arriscavam sua vida e nem ganhavam muito, ganhavam cerca de 2 libras por semana, era bem pouco mais era o que eles ganhavam naquela época. Agora você viu o quanto foi difícil construir esse navio tudo isso para que o navio seja um transporte perfeito, para que nada de errado acontecesse e aí um iceberg afundaria ele? De tudo que eu falei não faz muito sentido, de acordo com a construção do Titanic, um iceberg não seria capaz de derruba-lo sozinho. Aí que chego na teoria que foi descoberta recentemente.
Não foi o gelo que afundou o navio, mais sim o fogo. Durante 30 anos o jornalista chamado Senan Malony, ficou estudando tudo sobre o Titanic, ele passou a vida inteira dele buscando resposta pra esse caso. E foi aí que ele descobriu um ponto escuro de 9 metros no casco do navio
Ele notou isso depois que examinou uma foto tirada antes dele partir viagem, ele também observou fotos da construção do navio, fotos inéditas que não eram pra qualquer pessoa e até mesmo fotos tiradas antes do navio afundar. Ele disse que teoricamente havia um lugar que estava pegando fogo constantemente e segundo ele ficou até 3 semanas pegando fogo, enfraquecendo o metal do navio. O incêndio interno no navio não foi confirmado só por esse jornalista, vários experientes de metalurgia também chegaram nessa conclusão, o incêndio teria enfraquecido a força do metal até 75% e foi por isso que o iceberg não teve dificuldade nenhuma de abrir um buraco na lateral do navio, se não fosse por esse fator do fogo enfraquecendo o metal do navio, o iceberg não teria aberto o buraco e esse fogo não foi inventado do nada e também não foi durante a viagem, o jornalista Malone afirma que pelas fotos que ele viu se foram retirada antes dele sair de viagem ainda no estaleiro, demonstrava uma mancha preta no casco do navio.
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