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Foto do escritorElisa Gabriela

Tipos de Cobras

Cobras venenosas são o tipo de coisa que a gente considera sinônimo de “corra, meu amigo, corra”. Mas, saber exatamente quando esse é o caso, elaboramos essa lista para você. É verdade que não é uma lista agradável do mundo, mas na pior das hipóteses, é muito útil.


CASCAVEL

A cascavel (Crotalus durissus) é uma cobra venenosa da família Viperidae, subfamília Crotalinae, e sua distribuição geográfica está restrita a América do Sul, da Colômbia até a Argentina de forma descontínua. Estas serpentes possuem um veneno neurotóxico, que atua no sistema nervoso e faz com que a vítima tenha dificuldades de locomoção e respiração. É uma serpente com hábitos predominantemente noturnos, é terrestre e pouco ágil. No Brasil, cinco subespécies de cascavéis podem ser encontradas em áreas do Cerrado, nas regiões áridas e semi-áridas do Nordeste e em áreas abertas do Sul, Sudeste e Nordeste.

As fêmeas de Crotalus durissus apresentam corpos mais largos dos que os dos machos da espécie e podem chegar a 1 metro de comprimento. Uma característica bem conhecida das cascavéis é uma estrutura na extremidade da cauda semelhante a anéis. Ao contrário do que muitos acreditam o número de anéis no chocalho das cascavéis, não representam a idade da cobra, mas sim o número de vezes que a mesma já trocou de pele, o que pode ocorrer de duas a quatro vezes ao ano. Mas é importante saber que mesmo assim, este não é um parâmetro totalmente seguro para afirmar com exatidão o tempo de vida de uma determinada cascavel.

A dieta das cascavéis geralmente é constituída de vertebrados, principalmente pequenos roedores. A grande maioria destas serpentes apresenta uma dieta que varia ao longo da vida, com jovens se alimentando basicamente de lagartos e cascavéis adultas ingerindo principalmente pequenos mamíferos e aves. Elas detectam suas presas através da temperatura das mesmas por meio de um órgão sensorial chamado de fosseta loreal ou lacrimal que é um pequeno orifício localizado lateralmente na cabeça entre o olho e a narina das cascavéis, com função de orientação térmica.

O ciclo reprodutivo das cascavéis brasileiras aparentemente é bianual, ou seja, ocorrem a cada dois anos. Elas são vivíparas e, portanto, o desenvolvimento embrionário ocorre dentro de ovos que se desenvolvem dentro do corpo da fêmea. A gestação dura de quatro a cinco meses e uma fêmea pode gerar de 6 a 22 filhotes numa mesma ninhada. A época de acasalamento das cascavéis aparentemente é influenciada pelas variações sazonais ocorrendo em períodos de alta temperatura e baixa precipitação (estação seca), com a prole nascendo no início da estação chuvosa.



COBRA-DA-MORTE

Cobra da Morte tem esse nome porque não há muita chance de escapar dela uma vez que for mordido. Em seis horas de veneno correndo em suas veias a morte é certa. O veneno da Cobra da Morte é uma neurotoxina que em estágio inicial paralisa as funções motoras da vítima. Esta cobra normalmente injeta em torno de 40 a 100mg de veneno nas vítimas. Esta substância serve para paralisar as vítimas do réptil, pois as cobras costumam se alimentar de animais vivos ainda por serem maior fonte de nutrientes. Um animal vivo pode dar a uma cobra até dois meses sem que ela precise se alimentar de novo. É extremamente raro uma cobra morrer por desnutrição.

Na natureza o canibalismo (alimentar-se de animais da mesma espécime) é comum. Para a Cobra da Morte é uma regra. Esta cobra costuma caçar e matar outras serpentes tanto mais como menos veneosas que ela. Como é uma cobra de grande porte, tem maiores chances de ganhar a corrida para a alimentação. 

Não é das maiores cobras do mundo. Chega a 70 quilos e mais de cinco metros, mas há maiores. Seu peso, contudo, é concentrado e ela sabe usar seu corpo para imobilizar sua vítima e a matar por sufocamento. A Cobra da Morte é encontrada apenas em paises do Norte do mundo, no universo Europeu e jamais foi vista no Brasil. É uma cobra rara também e costuma se esconder bastante de visitantes.



JARARACA-DA-MATA

A Jararaca-da-mata (Bothrops jararaca) é uma serpente de até 1,6 m, encontrada no Brasil (da Bahia ao Rio Grande do Sul) e em regiões adjacentes no Paraguai e Argentina.

Possui corpo marrom com manchas triangulares escuras, faixa horizontal preta atrás do olho, e região ao redor da boca com escamas de cor ocre uniforme. A espécie é responsável por grande parte dos acidentes ofídicos registrados em sua área de ocorrência. Também é conhecida pelos nomes de jararaca-do-campo, jararaca-do-cerrado, jararaca-dormideira, jararaca-preguiçosa e jararaca-verdadeira. Sua cor é marrom com amarelo escuro com rajas pretas. Perigosíssima, prepara o bote ao ver se aproximar qualquer ser. Vive em ambiente preferencialmente úmidos, como beira de rios e córregos, onde também se encontram ratos e sapos, seus pratos mais caçados. Dorme durante o dia debaixo de folhagens secas e úmidas, e gosta de tomar sol, geralmente sol pós chuva.



SURUCUCU

Lachesis muta, vulgarmente conhecida como surucucu, surucutinga, surucucutinga, surucucu-de-fogo, surucucu-pico-de-jaca e cobra-topete, é a maior serpente peçonhenta da América do Sul. Surucucu vem do tupi que significa “que morde muito”. Já "surucucutinga" e "surucutinga" vêm do tupi suruku'kutinga, ou seja, "surucucu branca". Seu gênero, Lachesis, é uma referência a Láquesis, uma das três Moiras mitológicas gregas que decidiam o destino dos seres humanos e deuses. Muta ("muda" em latim) é uma referência ao fato de a surucucu vibrar sua cauda, como a cascavel, sem, no entanto, produzir o ruído que esta produz.

Vive em florestas densas, principalmente na Amazônia, mas conhecem-se registros na literatura da presença desse animal até em áreas isoladas de resquícios de Mata Atlântica como na região de Serra Grande, município de Uruçuca, na Bahia.

A espécie Lachesis muta rhombeata, amarela com desenhos negros, está ameaçada de extinção.




JARARACUÇU

Bothrops jararacussu Lacerda, conhecida como jararacuçu, jararacuçu-verdadeiro, surucucu, surucucu-dourada, surucucu-tapete, urutu-dourado, urutu-estrela e patrona, é uma víbora venenosa da família dos viperídeos. De até 2 m de comprimento e coloração dorsal variável entre cinza, rosa, amarelo, marrom ou preto, com manchas triangulares marrom-escuras. É encontrada na Bolívia, Brasil (Minas Gerais,Bahia e Mato Grosso até o Rio Grande do Sul e Roraima), Paraguai e Argentina. Bothrops é uma junção dos termos grego bothros, "buraco" e ops, "face" ou "olho". É uma alusão à região sensível ao calor dessas cobras, que se localiza entre as narinas e os olhos. "Jararacuçu" vem do termo tupi para "jararaca grande". Ao pé da letra, "jararacuçu" significa "o que tem um grande bote venenoso". Um bote de jararacuçu pode atingir uma distância do tamanho dela mesma. Sendo assim, uma jararacuçu com, por exemplo, 1,5 metro de comprimento pode atingir seu alvo a 1,5 metro de distância. No Brasil, a maioria dos acidentes envolvendo pessoas picadas por cobras são atribuídos às picadas de jararacuçus.

A espécie tem dimorfismo sexua, sendo as fêmeas maiores que os machos e diferentes na coloração: ele é cinza e ela, amarelada. São muito temidas pela quantidade de veneno que podem injetar. Localizar uma jararacuçu no meio da floresta não é fácil porque ela possui uma camuflagem quase perfeita e, mesmo para olhos treinados, quase sempre passa despercebida.

As jararacuçus costumam tomar sol para se aquecerem durante o dia e preferem caçar à noite.

Os adultos alimentam-se de pequenos roedores e aves e os juvenis se alimentam de pequenos anfíbios, minhocas e até de alguns insetos.

A reprodução é ovovípara, nascendo entre 16 e 20 filhotes no início da estação chuvosa.



NAJA

Naja é um género de serpentes peçonhentas da família Elapidae (cobras), elas variam em toda a África, Sudoeste da Ásia, Sul da Ásia e Sudeste Ásiatico. Apesar de vários outros gêneros compartilharem o nome comum, a espécie Naja é o grupo mais reconhecido e mais difundido de cobras comumente conhecidos. O género Naja consiste de 20 a 22 espécies, mas sofreu várias revisões taxonômicas nos últimos anos, portanto, as fontes variam muito. Também são conhecidas pelos nomes populares de cobra-capelo, cobra-de-capelo. São animais peçonhentos, agressivos e bastante perigosos. Algumas espécies têm a capacidade de elevar grande parte do corpo e/ou de cuspir o veneno para se defender de predadores a distâncias de até dois metros. Outras espécies, como por exemplo a Naja tripudians, dilatam o pescoço quando o animal é enraivecido. A artimanha serve para "aumentar" seu tamanho aparente e assustar um possível predador. Atrás da cabeça, a naja também pode possuir um círculo branco parecido com um olho, também eficaz em amedrontar agressores que a confundam com um animal maior e mais perigoso.

As najas são os animais tipicamente utilizados pelos célebres encantadores de cobras da Índia; no entanto elas apenas acompanham os movimentos da flauta, já que cobras não possuem audição. As diferentes espécies Naja existentes variam de comprimento e são, na sua maioria, de corpo delgado. Grande parte são capazes de atingir comprimentos de 1,84 m. O comprimento máximo de algumas das maiores espécies de cobra são em torno de 3,1 m, com a Naja Ashei (2,7 m), sendo a maior da espécie e encontrada na Quênia de acordo com a ONG que cuida da preservação de répteis WildlifeDirect. Ainda de acordo com a organização, a referida espécie possui veneno suficiente para matar 15 humanos adultos. Outra com tamanho avantajado é a Naja melanoleuca (1,50 m), que pode crescer até cerca de 3,0 m. Todas têm uma capacidade característica de levantar os quartos dianteiros de seus corpos do chão e achatar seus pescoços para parecer maior para um predador em potencial.

Todas as espécies do género Naja são capazes de entregar uma mordida fatal em um ser humano. A maioria das espécies têm um veneno fortemente neurotóxico, que ataca o sistema nervoso, causando paralisia, mas muitos também têm características citotóxico que provoca inchaço e necrose e tem um significativo efeito anticoagulante. Alguns também têm componentes cardiotóxico ao seu veneno.

Várias espécies da Naja, referidas como cobras cuspidoras, desenvolveram um mecanismo de entrega de veneno especializado, em que os seus dentes da frente, em vez de libertar veneno através das pontas (semelhante a uma agulha hipodérmica), têm uma abertura estriada na superfície frontal que permite que a cobra impulsione o veneno para fora da boca. Embora normalmente referido como "cuspir", a ação é mais como "esguichar". O alcance e a precisão com que eles podem disparar seu veneno varia de espécie para espécie, mas é utilizado principalmente como um mecanismo de defesa. Uma vez pulverizado sobre a pele de uma vítima, o veneno atua como um irritante grave. Se for introduzido no olho, pode causar uma sensação de queimação severa e cegueira temporária ou mesmo permanente se não for limpo imediatamente e completamente.


SERPENTE-TIGRE

Ser mordido por uma serpente-tigre australiana é uma experiência completamente desagradável. Em poucos minutos, você começa a sentir dor no pescoço e nas extremidades inferiores – sintomas que são logo seguidos por sensações de formigamento, dormência e transpiração profusa. A respiração começa a tornar-se difícil, a paralisia tem início, e se não for tratada, você provavelmente morrerá. Impressionantemente, o veneno responsável por esses horríveis sintomas permanece o mesmo há 10 milhões de anos – o resultado de uma mutação fortuita que torna praticamente impossível para a evolução encontrar uma contra-solução.

Normalmente, os relacionamentos de predadores/presas provocam corridas armamentícias evolutivas em que as espécies rivais se adaptam continuamente às táticas dos outros ao longo do tempo. O segredo do veneno de serpente-tigre tem a ver com seu alvo biológico – uma proteína de coagulação chamada protrombina. Esta proteína de importância crítica é responsável pela coagulação sanguínea saudável e existe em uma variedade diversa de espécies animais (humanos inclusos). Qualquer alteração dessa proteína e a maneira como ela funciona podem ser catastróficas para um animal, levando a condições que ameaçam a vida, como a hemofilia. É este alvo vulnerável que torna o veneno da serpente-tigre tão potente, mas, ao mesmo tempo, os animais estão sob intensa pressão evolutiva para manter a protrombina em seu estado funcional.


MAMBA-NEGRA

Um animal cuja picada pode matar um ser humano adulto em cerca de 20 minutos é digno de ser temido, não é? Principalmente quando incluímos nesse pacote os troféus de serpente mais venenosa da África e cobra de locomoção terrestre mais veloz do mundo. Estamos falando da mamba-negra, uma das serpentes mais perigosas que existem e objeto de inspiração para diversos mitos africanos.

A mamba-negra é um animal extremamente rápido e que se torna altamente agressivo quando se sente em perigo. Seu veneno é potencialmente fatal e, ainda que já tenha sido desenvolvido um soro antiofídico, ele dificilmente será encontrado para curar uma vítima mordida na África Meridional e Ocidental, habitat comum da espécie. Por esse motivo, ela é considerada a cobra responsável pelo maior número de mortes entre os 20 mil óbitos anuais de pessoas atacadas por serpentes no planeta.

Diferente do que se pensa, a mamba-negra tem uma superfície externa cobrindo sua pele dorsal que varia entre as cores marrom, verde-oliva, caqui e cinza. Seu nome veio, na verdade, da coloração azul-escuro, quase preta, no interior da sua boca que se faz presente sempre que ela se sente ameaçada.

A cabeça é estreita e alongada e seu corpo pode chegar a medir 4 metros, sendo considerada a segunda maior serpente venenosa do mundo — perdendo apenas para a cobra-rei, que chega a 5,6 metros. Na vida selvagem, esta espécie pode viver mais de 11 anos. Se você for perseguido por uma mamba-negra, talvez correr não seja a melhor opção. Ela pode se locomover a quase 20 quilômetros por hora, o que equivale praticamente à média de um maratonista profissional. Essa serpente tem hábitos de caça diurnos, voltando para o mesmo lugar à noite para dormir, e frequentemente vive em pares ou pequenos grupos. É tímida e foge ao ver seres humanos, mas é também conhecida por ser muito nervosa. Ao se sentir ameaçada, torna-se agressiva, levantando seu corpo a até 1 metro do chão. A partir daí, ela balança a cabeça, abrindo a boca para exibir o interior negro, emite um sibilo alto e alerta, através desses sinais, que está disposta a atacar. Essa postura é para que a cobra possa mirar melhor onde pretende atacar. Se o predador ou humano em questão não recua, ela dá o bote — ou inicia a perseguição. No assalto, a mamba-negra ataca rapidamente várias vezes e depois foge.

Apenas duas gotas do veneno são o suficiente para matar um ser humano adulto. A peçonha da mamba-negra está carregada com neurotoxinas que desligam o sistema nervoso, paralisando a vítima por completo. Sem o soro, a probabilidade de óbito é de 100%. O tempo da morte pode variar de menos de meia hora a até quatro horas. No entanto, se o soro não for aplicado nos primeiros 20 minutos, torna-se quase impossível reverter o envenenamento.



JIBOIA

As Jiboias (espécie Boa constrictor, Linnaeus 1758) são reptéis da Ordem Squamata e estão incluídas na família Boidae, conhecida por ser a família das serpentes constritoras, e existem cerca de onze subespécies descritas na literatura. No Brasil são encontradas apenas duas subespécies de jiboia: a Boa constrictor constrictor e a Boa constrictor amaralis e são encontradas nos biomas: Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. O nome popular Jiboia originou-se do Tupi-guarani, yi´mboya, e estas serpentes podem chegar a quatro metros de comprimento, porém é comum crescerem em média até dois metros. Elas possuem o corpo cilíndrico e ligeiramente comprimido nas laterais, evidenciando uma forte musculatura constritora.

Ao contrário do imaginário popular, as jiboias não são cobras peçonhentas, ou seja, não possuem presa inoculadora de veneno. Elas não são naturalmente agressivas ao homem, pelo contrário, estas cobras geralmente evitam a presença humana. Quando se sentem ameaçadas ou acuadas é que as jiboias se colocam em posição de defesa e pode expirar o ar dos pulmões com força produzindo um ruído característico, conhecido como “o bafo da jiboia”, que não é tóxico e nem causa manchas na pele do homem. Algumas vezes esta tática de defesa também inclui uma mordida por parte da serpente, porém é importante destacar que as jiboias estão apenas se defendendo e não procuram o homem para atacá-lo.

As jiboias desenvolvem suas atividades no período da noite, mas podem ser encontradas ativas durante o dia quando estão procurando abrigo ou alimento. Geralmente estas cobras possuem hábitos arborícolas e terrestres e se deslocam de forma lenta pelo substrato. Algumas jiboias também podem ter hábitos subaquáticos.

Sua dieta é carnívora e constituída por pequenos mamíferos (como roedores e morcegos), aves, anfíbios e lagartos. O bote é a estratégia adotada pelas jiboias para capturar suas presas em potencial. Ela enrosca a presa sobre o seu corpo, comprimindo-a com a sua musculatura corporal até que a presa morra por asfixia. Em seguida, a presa é engolida inteira pela jiboia que, dependendo do tamanho da presa, pode demorar até seis dias para realizar completamente a digestão.

São cobras vivíparas, ou seja, os embriões se desenvolvem todo dentro das fêmeas, e podem gerar até 64 filhotes numa mesma gestação que dura de 5 a 8 meses. As jiboias são serpentes que vivem solitárias e apenas durante o período reprodutivo que tendem a se agrupar para gerar a prole. Esta espécie é poligâmica, ou seja, um mesmo macho cruza com diversas fêmeas.

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