O massacre do Carandiru ocorreu no Brasil, em 2 de outubro de 1992, quando uma intervenção da Policia Militar do Estado de São Paulo, para conter uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo, que causou a morte de 111 detentos.
Existe várias histórias a respeito desse massacre por que não se sabe ao certo o que realmente aconteceu lá dentro da prisão e eu irei contar algumas dessas versões pra você leitor. Mais pra falar do massacre precisamos saber como era o Carandiru.
PRISÃO MODELO
Quem é de São Paulo deve saber como era o Carandiru, era uma prisão super lotada e com várias histórias de violência lá dentro, só que nem sempre foi assim. Carandiru foi inaugurada em 1920 e durante 2 décadas foi uma prisão exemplar para as outras, pois ela era elogiada no mundo inteiro. Essa prisão custou 14 mil réis pra ser construída (que era a moeda da época) e naquela época uma prisão comum custava mil réis, ou seja 14 mil réis é uma coisa grandiosa. Então no final da década de 30, Carandiru funcionava perfeitamente e até políticos de outros países vinham ver como era a prisão, para ver como funcionava e usar ela como modelo. Só que aí veio o problema, por volta de 1940, Carandiru lotou, atingiu sua quantidade máxima, como ele estava lotado, pavilhões foram construídos para aumentar a capacidade, então o presidio foi enchendo demais e cada vez mais recebendo mais presos, cada pavilhão tinha um tipo de detento diferente ou seja que a rotina de cada pavilhão era diferente. Por exemplo:
Pavilhão 8 era onde ficavam os detentos mais fodões, era onde ficavam os mais respeitados da prisão
Pavilhão 7 era o mais tranquilo por que os presos dali passavam a maior parte trabalhando
Pavilhão 9 era um dos mais perigosos que reunia todos os detentos que era réu primário, eram aqueles que estavam sendo presos pela primeira vez e não sabiam direito as regras do lugar.
Por causa de algumas coisas rolavam quebra paus entre os prisioneiros mais isso não era toda hora e teve uma ocasião que ficou marcada na história.
O MASSACRE
Ás 10 horas: Enquanto, no pátio, rola uma partida de futebol, 2 detentos (Barba e Coelho) começam a brigar dentro do pavilhão. Logo, os presos se dividem em 2 grupos rivais e a briga se espalha pelos andares.
Ás 14 horas: A rebelião já está instalada e todos os carcereiros já abandonaram o local. Há fogo do lado de dentro, mas não há reivindicações por parte dos presos. O chefe da Casa de Detenção pede reforços da PM.
Ás 15:30: Chamados pelo diretor da Casa de Detenção, cerca de 320 policiais estacionam fora do pavilhão 9. Entre eles, homens de batalhões de elite como Rota, Gate, 30 Choque e Cavalaria, além de alguns bombeiros. O diretor do presídio, Ismael Pedrosa, tenta uma última negociação. Do lado de dentro, a confusão está instaurada.
Ás 16 horas: Grupos de direitos humanos alegam que os presos decidem pôr fim à rebelião e que muitos entregam as armas. A versão da polícia diz que as armas estavam sendo atiradas pelas janelas contra os policiais.
Ás 16:30: A polícia rompe a barricada e entra no pavilhão. O cel. Ubiratan diz que 86 homens participaram da operação. A promotoria diz que eram mais de 300 – a maioria sem os crachás de identificação.
Ás 16:45: No térreo, a situação é controlada facilmente. A defesa de Ubiratan alegou que ele foi atingido por uma explosão ao tentar subir para o 10 andar e levado ao hospital, ficando fora da operação.
Ás 16:50: No 1º andar, policiais encontram nova barricada, com um preso morto pendurado de cabeça para baixo. 26 homens teriam sido assassinados neste piso, segundo a perícia.
Agora vem as contradições
Versão da Polícia: Ás 17:00 centenas de presos preparam uma tocaia. Policiais são recebidos com facadas, estiletes sujos de sangue contaminado, sacos cheios de fezes e urina, e tiros. Atiram para se proteger. Segundo Ubiratan, se houvesse intenção de exterminar os presos, muitos outros teriam morrido. “Só morreu quem entrou em confronto com a polícia”, disse à Super. A perícia concluiu que apenas 26 foram mortos fora da cela.
Versão dos presos: Ás 17:00 os detentos haviam se rendido e estavam dentro das celas desarmados. “As trajetórias dos projéteis disparados indicavam atirador(es) posicionado(s) na soleira das celas, apontando suas armas para os fundos ou laterais”, diz o laudo do Instituto de Criminalística. A perícia também concluiu que 70% dos tiros foram dirigidos à cabeça e ao tórax, o que reforça a idéia de extermínio. Para escapar com vida, presos se misturaram aos colegas mortos.
Ás 17:30: A perícia não encontrou indícios de confronto no 3º e 4º andares, o que reforça a teoria de que o enfrentamento entre polícia e presos se deu principalmente nos pisos inferiores.
Ás 18 horas: Policiais mandam que os presos tirem a roupa e desçam para o pátio interno. Grupos de direitos humanos alegam que muitos foram executados durante essa operação.
Ás 19 horas: Presos são escalados para carregar os corpos até o 1º andar, onde são empilhados, modificando o cenário do episódio e dificultando as conclusões da perícia.
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